quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sobre o Restaurante Universitário e assistência estudantil


(Proposta de texto para ser apresentado para os conselheiros do Conselho de Administração que discutirão nesta quinta 30/08 o RU, especialmente sua gestão financeira, este texto pode ser alterado a qualquer momento por decisão do coletivo).


Aos Conselheiros do CAD,

O acesso à educação, assim como a sua continuidade, é um direito de todos e todas e dever das instituições de ensino públicas. Para que se alcance a excelência acadêmica e a plena formação dos estudantes uma política de assistência estudantil é imprescindível. A nossa universidade tem que combater a evasão e auxiliar aqueles que possuem dificuldades materiais para se manter. É nesse sentido que percebemos a centralidade de políticas como a Casa do Estudante, as bolsas de iniciação científica e o refeitório universitário.

Percebendo como um direito, o RU é obrigação da UnB e não pode ser relegado à iniciativa privada, que objetiva sempre o lucro e não o pleno desenvolvimento dos estudantes. As condições precárias que se encontra o nosso refeitório são decorrência de anos de pouco investimento e negligência. Há um descompasso entre o crescimento da universidade e os baixos investimentos em assistência, especialmente com o RU. A alimentação é condição mínima para que um estudante se mantenha estudando e como tal deve ser vista como um investimento na melhora da nossa universidade.

A UnB tem aumentado sua verba nos últimos anos, seja com o repasse do MEC seja com a fomentação de recursos a partir das suas fundações. Com isso, percebemos que há espaço para que esse descompasso diminua. O investimento em assistência estudantil é fundamental para que a nossa educação superior possa ser completa e as últimas gestões da reitoria têm deixado o RU crescer em número de atendimentos sem aumento orçamentário, que contribuiu para seu sucateamento.

Verba para assistência estudantil é um investimento para a educação e direito dos estudantes. A partir dessa visão fazemos coro à ANDIFES ao afirmar a centralidade da assistência na educação superior e ao lançar propostas como a criação de um Plano Nacional de Assistência Estudantil e a inclusão da assistência na matriz orçamentária das IFES. Além disso, achamos que o RU deve ser repensado no sentido de procurar formas de melhorar o seu atendimento promovendo mudanças como, venda de créditos em horários alternativos, gratuidade para os estudantes do grupo I e maiores discussões sobre seu funcionamento com a parte mais interessada, os estudantes.

O nosso refeitório, assim como as outras políticas de assistência, como a reforma e ampliação da Casa do Estudante, do HUB e a reforma do Centro Olímpico, são imprescindíveis para o desenvolvimento dos estudantes e da própria UnB. Por isso, a reitoria deve percebê-las como um investimento e não como um mero gasto. O RU ajuda milhares de estudantes se manterem na UnB e a privatização e/ou aumento dos preços acarretariam em uma negação de auxílio aos estudantes que lutam diariamente para se formarem em centros de excelência acadêmica como a nossa universidade.

Os estudantes, ao contrário do que diz o senso comum, não gozam, em sua maioria, de condições financeiras que permitam aumentos ainda maiores nos gastos referentes à vida universitária, ou seja, compra de livros, de materiais, alimentação, etc.

É com a preocupação de formar uma universidade cada vez melhor que viemos aqui, manifestar nossa visão e dialogar com os professores e servidores, buscando uma saída positiva para a assistência estudantil.


Grupo Reconstruindo o Cotidiano

Construindo um Movimento Estudantil diferente!

Um comentário:

Caio Csermak disse...

Isso é um absurdo...
O RU tem uma funçao social, de assistencia aos estudantes, e é natural que trabalhe no vermelho, no prejuízo, pois sua funçao nao é o de uma empresa que visa o lucro, mas sem um investimento nos estudantes, para nós termos condiçoes decentes de estudo...
O que deveria estar em pauta nao é o aumento no preço do RU, e sim o aumento de sua qualidade, e novas maneiras de a universidade buscar recursos, tanto no governo, como por conta própria, ao invés de repassar os custos aos alunos.