domingo, 30 de setembro de 2007

Próxima reunião: Terça, 17h45! no Anf.10


TEMA: Educação (ensino, pesquisa e extensão).
Vamos iniciar nossas discussões problematizando o ensino superior brasileiro, fazendo uma análise de sua formação atual e qual modelo que queremos e podemos construir.

Segue uma parte de um artigo do Cipriano Luckesi (LUCKESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 10. ed. São Paulo: Cortez, 1998. )



1. A universidade que não queremos

Não queremos uma universidade escola, em que se faça tão somente ensino, onde não exista efetivamente campo, abertura e infra estrutura que permitam e incentivem a pesquisa. Uma universidade sem pesquisa não deve, rigorosamente, ser chamada de universidade. O ensino repetitivo é, geralmente, verbalístico, livresco e desvinculado da realidade concreta em que estamos. As aulas são constituídas por falações do professor e audições dos alunos, normalmente desmotivados. O aprendizado é medido pelo volume de "conhecimentos", informações memorizadas e facilmente repetidas nas provas, nunca refletidas ou analisadas.
Rejeitamos um modelo de universidade que não exercita a criatividade, não identifica nem analisa problemas concretos a serem estudados, que não incentiva o hábito do estudo crítico. Estudar, nesse modelo, é, simplesmente, ler matéria a fim de se preparar para fazer provas, e todo um processo de crescimento intelectual e aprofundamento, em determinada área ou disciplina, fica encerrado com o anúncio da nota ou conceito obtido na prova, O melhor professor é aquele que traz maior número de informações, erudições; o melhor aluno é o que mais fielmente repete o professor e seus eventuais textos nas provas.
Não queremos uma universidade desvinculada, alheia à realidade onde está plantada, simplesmente como uma parasita ou um quisto. Ser alheia, desvinculada ou descomprometida com a realidade é sinônimo de fazer coisas, executar ensino, onde o conteúdo como a forma não dizem respeito a um espaço geográfico e a um momento histórico concretos. Em outros termos, é verbalizar “conhecimentos”, “erudições” sem uma paralela visão do contexto social, real e concreto. É vociferar indistintamente as mesmas coisas ditas na França, Estados Unidos, URSS, Japão etc., sem levar em conta, criticamente, a heterogeneidade de lugar, de cultura, de tempo e das reais necessidades do aqui e do agora. Verdades estudadas há dez, cinco anos passados podem até continuar válidas, hoje, mas o jeito de estudá las, de percebê las é necessariamente novo, porque em dez, cinco, um ano, a realidade muda. Sacralizar verdades, conteúdos e formas é implicitamente apregoar uma mentalidade estática, avessa às modificações, dócil ao status que, bloqueadora de qualquer crise, portanto, contrária ao crescimento, à evolução no sentido de construir um mundo onde o homem seja mais homem, sujeito de um processo e construtor de sua história.
Não queremos uma universidade na qual o professor aparece como o único sujeito, o magister, o mestre que fala, diz verdades já prontas, estruturadas, indiscutivelmente certas e detém os critérios incontestáveis do certo e do errado. O aluno é o ouvinte, o receptor passivo do que é emitido pelo professor mestre; sua função é, portanto, de ouvir, aprender, isto é, memorizar e repetir bem o que lhe é transmitido. Trata se de uma função nitidamente objetificante, porque resta ao aluno objeto pouca ou nenhuma possibilidade de criação, de argumentação, a não ser aquela ditada pelo professor.
Percebemos que esse clima de estudo é objetificante e orientado para uma simples repetição cultural, reprodução de idéias sem qualquer força de criação contínua, de produção nova, uma vez que se bloqueia a fecundidade e o exercício da crítica. :
Não queremos uma universidade onde a direção administração integrante fundamental do conjunto, mas nunca a definição última da universidade surja a partir de organismos e razões outros que não os eminentemente pedagógicos e didáticos, indicada pura e simplesmente pelos donos do poder político e econômico sem a interferência de sua célula básica aluno e professor e aja como se fosse senhora de tudo, o centro da sabedoria e das decisões, à revelia do corpo de professores e alunos.
Em síntese, não queremos urna universidade originada da imposição e meramente discursiva.

2. A universidade que queremos

Queremos construir uma universidade, não uma simples escola de nível superior. Presumimos que, nessa universidade, todo o seu corpo seja constituído por pessoas adultas: todos já sabem muitas coisas a respeito de muitas coisas; portanto, por pessoas capazes de refletir e abertas à reflexão, ao intercâmbio das idéias, à participação em iniciativas construtivas. Nestes termos, todo o corpo universitário, professores alunos administração, precisa comprometer se com a reflexão, criando a provocando a, permitindo a e lutando continuadamente para conquistar espaços de liberdade que assegurem a reflexão, Sem um mínimo de clima de liberdade, é impossível uma universidade centro de reflexão crítica,
Nesse centro buscaremos o máximo possível de informações a todos os níveis, a fim de que a realidade seja percebida, questionada, avaliada, estudada e entendida em todos os seus ângulos e relações, com rigor, para que possa ser continuamente transformada, Buscaremos, ainda, estabelecer unia mentalidade criativa, comprometida exclusivamente com a busca cada vez mais séria da verdade, através do exercício da assimilação não simples deglutição da comparação, da análise, da avaliação das proposições e dos conhecirnentos.
A pesquisa será, em conseqüência, a atividade fundamental desse centro. Todas as demais atividades tomarão significado só na medida em que concorram para proporcionar a pesquisa, a investigação crítica, o trabalho criativo no sentido de aumentar o cabedal cognitivo da humanidade. Uma universidade que se propõe a ser crítica e aberta não tem o direito de estratificar, absolutizar qualquer conhecimento como um valor em si; ao contrário, reconhece que toda conquista do pensamento do homem passa a ser relativa, na medida em que se espacio temporaliza. Há sempre a necessidade de um entendimento novo.
Por conseguinte, formando profissionais de alto nível tecnológico e fazendo ciência, a universidade deve ser o lugar por excelência do cultivo do espírito, do saber, e onde se desenvolvem as mais altas formas da cultura e da reflexão, A universidade que não toma a si esta tarefa de refletir criticamente e de maneira continuada sobre o momento histórico em que ela vive, sobre o projeto de sua comunidade, não está realizando sua essência, sua característica que a especifica como tal crítica. Isto nos quer dizer que a universidade é, por excelência, razão concretizada, inteligência institucionalízada daí ser, por natureza, crítica, porque a razão é eminentemente crítica. Se entendemos a função específica da universidade como desenvolvimento da dimensão de racionalidade, poderemos visualizar o processar se dessa mesma racionalidade em dois momentos complementares: primeiro, a racionalidade instrumental crítica, porque tem a universidade a responsabilidade de formar os quadros superiores exigidos pelo desenvolvimento do país; segundo, a racionalidade crítico criadora, porque sua missão não se esgota na mera transmissão do que já está sabido, ela deve fazer avançar o saber. Criadora e crítica, porque além de tomar consciência continuamente do que faz, deve se colocar num processo permanente de revisão de suas próprias categorias, porque isso marca a historicidade crítica de uma instituição humana; criadora e crítica, porque específico da universidade é o esforço de ser e desenvolver nos seus membros a dimensão de uma consciência crítica, ou seja, aquele potencial humano racional constantemente ativo na leitura dos acontecimentos da realidade, para ver, para analisar, comparar, julgar, discernir e, finalmente, propor perspectivas racionais de ação, em acordo sempre com as exigências do homem que aspira a ser mais, dentro do processo histórico. Para ser consciência crítica, portanto, a universidade deve estar continuamente em interação com a sociedade, a realidade que a gera e sustenta.
Com essas pretensões, queremos construir uma universidade plantada numa realidade concreta, na qual terá suas raízes, para que possa criticamente identificar e estudar seus reais e significativos problemas e desafios.
Queremos uma universidade onde se torne possível e habitual trabalhar, refletir a nossa realidade histórico geográfica nos seus níveis social, político, econômico e cultural, desde a esfera mais próxima, o município, a micro região, o Estado, a região, o país, até as esferas mais remotas, o continente latino americano, o terceiro mundo, o planeta. Estar atentos para os desafios dessa nossa realidade e estudá los é a grande tarefa do corpo universitário.
Queremos, enfim, uma universidade "consciência crítica da sociedade", ou seja, um corpo responsável por indagar, questionar, investigar, debater, discernir, propor caminhos de soluções, avaliar, na medida em que exercita as funções de criação, conservação e transmissão da cultura. A universidade, entretanto, só poderá desempenhar tais funções quando for capaz de formar especialistas para os quadros dirigentes da própria universidade, do município, do Estado, da nação, com aguda consciência de nossa realidade social, política, econômica e cultural e equipada com adequado instrumental científico e técnico que, permitindo ampliar o poder do homem sobre a natureza, ponha a serviço da realização de cada pessoa as conquistas do saber humano. Propondo se a formar cientistas, profissionais do saber, a universidade ajuda a sociedade na busca de encontrar os instrumentos intelectuais que, dando ao homem consciência de suas necessidades, lhe possibilitam escolher meios de superação das estruturas que o oprimem. Podíamos sintetizar as funções da universidade no esforço para imprimir eficácia na ação transformadora do homem sobre si mesmo e sobre as instituições que historicamente criou.15
Queremos produzir conhecimento a partir de uma realidade vivida e não de critérios estereotipados e pré definidos por situações culturais distantes e alheias às que temos aqui e agora, Nesse contexto a validez de qualquer conhecimento será mensurada na proporção em que este possa, ou não, fazer entender melhor e mais profundamente a realidade concreta.
Queremos uma universidade em contínuo fazer se, Não imaginamos um modelo definitivo de universidade, mas pretendemos achar, inventar, conquistar nosso modelo, na medida em que a estivermos construindo. Nesses termos, queremos criar um inter-relacionamento professor aluno, fundamentado no princípio do incentivo à criatividade, à crítica, ao debate, ao estudo e, com isso, marcando a corresponsabilidade na condução do próprio processo. Trata se, portanto, de criar uma relação entre dois sujeitos empenhados em edificar a reflexão crítica: de um lado o professor, sujeito de criação, coordenação, proposição de estudos, questionamentos e debates; de outro, o aluno, sujeito nunca objeto de seu aprendizado, exercitando e desenvolvendo seu potencial crítico, através de um esforço 'inteligente de assimilação, de criação, de questionamento,
Para que um tal clima se faça, é obviamente necessário que o professor esteja sempre bem informado da realidade como um todo, e de sua área de especialização em particular, através do estudo e pesquisa, a fim de que possa proporcionar a seus alunos temas de reflexão concretos, problemas e fontes de estudos, proposições criativas e originais, decorrentes da incessante observação crítica da realidade. Ocasionando o desenvolvimento do potencial de reflexão crítica dos alunos, o professor se torna um motivador do saber. Dessa forma não se trata mais de uma universidade em que um sabe e muitos não sabem, mas em que muitos sabem algo e querem saber muito mais. Enfim, uma universidade onde, além de se consumir conhecimento, professor e aluno optaram por criá lo e produzi lo. É nesse sentido que o CELAM se expressa:

"o educando é o primeiro agente do processo educativo. é ele quem se educa a si mesmo; ao educador compete apenas estimular e ordenar inteligentemente esse processo, de maneira que não seja anulada a espontaneidade e criatividade do educando; pelo contrário, deve chegar a expressar em forma autenticamente pessoal o seu conteúdo".16

Enfim, cabe ao professor educador descobrir, efetivamente, como ser sujeito em diálogo com a realidade, com o aluno; ao aluno, fazer se sujeito em diálogo com o professor, com os demais companheiros com a realidade social, política, econômica e cultural, para que nessa busca de interação seja construída a universidade, que jamais poderá existir sem professor e aluno voltados para a criação e construção do saber engajado, por isso transformador.
Queremos uma universidade democrática e voltada inteiramente para as lutas democráticas. O corpo universitário, professor aluno e administração, necessita de espaço para assumir, cada um a seu nível, a responsabilidade: pelo todo. É nesses termos que pretendemos um corpo universitário que lute para eleger seus diretores a partir de critérios que correspondam aos objetivos da Universidade. Um corpo universitário não mais deve presenciar passivamente a nomeação de dirigentes universitários estribada em critérios antidemocráticos de simpatia, serviçalismo e subserviência ao poder dominante, político ou econômico.
Queremos, enfim, uma universidade onde possamos lutar para conquistar espaços de liberdade. Enquanto pensamos livremente, questionamos livremente, propomos livremente e livremente avaliamos a nossa responsabilidade.


Nos vemos na terça (2/10) às 17:45 no Anf. 10!

sábado, 29 de setembro de 2007

lugar de mulher é na política!!


LUTA DAS MULHERES É A LUTA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL


Porque homens fazem engenharia e mulheres decoração? Porque só temos reitores e nenhuma reitora? Porque as mulheres têm de ficar em casa cuidando dos filho@s e os homens sair pra trabalhar? Todas essas relações são analisadas dentro da discussão de gênero. O estudo do Gênero é justamente o estudo das relações travadas socialmente entre homens e mulheres, mulheres e mulheres, homens e homens, relações sociais de poder onde a partir das diferenças de sexo tenta se justificar uma relação desigual entre esses sujeitos.


Essas imposições sociais de determinar papéis específicos geram uma disparidade muito grande no tratamento entre homens e mulheres. Foi sendo construída ao longo dos séculos a idéia de que a função da mulher é apenas a da reprodução, cuidar do lar e dos filhos confinando-a na esfera privada, e aos homens o trabalho da produção, o espaço público, como atividades religiosas, militares, laborativas etc. Às mulheres não é dado o direito de escolher que papel desempenhar na sociedade, oprimindo a mulher não permitindo a liberdade de fazer suas próprias escolhas.


Nós mulheres não buscamos inverter a situação e mudar os pólos da opressão, não é o objetivo da organização e luta feminista, isso se chama sexismo. Queremos ter liberdade de fazer nossas próprias opções, de dispor das nossas vidas de acordo com o que queremos e não de acordo com o que o resto da sociedade espera que façamos. Queremos o fim do machismo e de todas as outras formas de opressão que nos impedem de construir outro modelo da sociedade.


A mudança desse quadro passa pela organização das mulheres para intervir nos mais diversos espaços sociais, como o Movimento Estudantil. Essa organização pode se dar através da criação de espaços específicos para formulação de política e de auto-organização, assim como espaços mistos para que seja possível dar visibilidade à luta pela igualdade e dialogar com os homens a necessidade de lutarmos contra a opressão. Por isso, para fortalecer a intervenção das mulheres no M.E. é imprescindível a garantia de espaços nas entidades estudantis, a criação de diretorias e coletivos de mulheres.


Mas é preciso ter cuidado para a formação política feminina não se fechar apenas no debate de opressão das mulheres, sem levar em consideração as outras discussões. É necessário que participemos das discussões de conjuntura, política econômica, Universidade Nova, assistência estudantil etc., para que nossa luta não fique limitada e possa perpassar todos os outros debates.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

para rir


O dia que os EUA invadem o Brasil

para descontrair

CLIQUEM PARA VISUALIZAR!!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

CHAPA PARA O DCE



Chamado para uma chapa DCE UnB. Grupo reconstruindo o cotidiano convida você para fazer parte desta construção!


Você viu o DCE nos últimos tempos? Não? Pois é! Um Diretório Central atuante é indispensável para dar voz ativa a um segmento importantíssimo da universidade, os estudantes. O imobilismo do atual DCE tem enfraquecido a nossa representação. Há um clima desfavorável, o que acelera a implementação de medidas contrárias aos interesses dos estudantes, sem ações concretas de resistência ou divergência do DCE. O centro comunitário agora é pago, querem aumentar o preço do RU, CAs são fechados enquanto outros sequer tem espaço físico, não temos liberdade de confraternizações, a Casa do Estudante continua sucateada, por aí vai... As promessas vem e vão e os velhos problemas continuam os mesmos!!! Se o nosso DCE atual não consegue nem impedir os retrocessos, como pode garantir as melhorias?


Precisamos de um DCE que lute pela voz e direito dos estudantes, que cotidianamente opte por fazer diferente, que consiga unir opiniões e propostas sobre a nossa realidade e sobre a universidade e, principalmente, que trabalhe pela reconstrução do movimento estudantil de forma ousada, democrática, conseqüente e transparente.


Resumindo, nós estudantes precisamos de um PROJETO NOVO, propositivo, e que seja realmente transformador e capaz de mobilizar os estudantes!!!

Queremos um DCE que dialogue com a comunidade, que atenda às necessidades do conjunto de nossa sociedade. Uma universidade que não proveja tão-somente o acesso, mas, sobretudo, condições de permanência e uma formação ampliada com ensino, pesquisa e extensão!
Reivindicamos um DCE plural, que articule projetos comuns com os diversos grupos estudantis desta universidade, como PET, ONGS, EMPRESAS JUNIORES, PROJETOS AMBIENTAIS, CENTROS ACADÊMICOS, GRUPOS DE GÊNERO, CULTURA, RAÇA, ETNIA, LGBTTT, COMUNICAÇÃO, entre outros.


Convidamos você também a somar suas idéias neste trabalho, pois este desafio não deve medir esforços! É preciso reconstruir o movimento estudantil da UnB!


Contamos com você! Acesse nosso blog para conhecer um pouco mais sobre nossas atividades!

www.reconstruindoocotidiano.blogspot.com

terça-feira, 25 de setembro de 2007

SEMANA ACADÊMICA



SEMANA ACADÊMICA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA NEGRA

O Centro de Convivência Negra (CCN) convida a comunidade universitáriapara participar da Semana Acadêmica do Centro de Convivência Negra,oportunidade em que serão apresentados trabalhos a respeito da temática racial nas mais diferentes áreas do conhecimento.Para participar, envie – para http://br.f448.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=ccn@unb.br, até o dia 5 de outubro – umresumo de, no máximo, trinta linhas e informe em que área de atuação se situa o trabalho. Este será submetido a processo seletivo por parte debanca examinadora composta por professores da Universidade de Brasíliae especialistas em questões raciais. Os trabalhos selecionados serãoapresentados pelos próprios autores em mesas de discussão temáticaabertas ao público.O CCN está trabalhando para verificar a possibilidade de publicação dostrabalhos selecionados.Contamos com a sua participação!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Convite:

O Grupo Reconstruindo o Cotidiano convida para a sua reunião.

Na reunião do dia 25 trataremos de dois assuntos importantes: O RU e a Chapa para o DCE.
A discussão sobre o aumento do preço do R.U., após o comunicado do Reitor dizendo que não tem previsão para que isso ocorra toma outros moldes e gera várias reflexões. O movimento Estudantil não pode se desorganizar! A Discussão ainda está quente no CAD e com certeza não teve seu fim.
Chapa para o DCE. Nosso grupo está discutindo nossa intervenção nas eleições pro DCE e está com grande animo para o próximo período. É preciso que o grupo se fortaleça para essa disputa e amadureça suas propostas! Independente e heterogêneo o grupo Reconstruindo o Cotidiano se responsabiliza pela sua atuação e toma pra si vários desafios. Percebemos que precisamos de oxigenar o Movimento estudantil com idéias inovadoras e responsáveis, sem deixar pra trás uma pratica sincera e transparente por toda a UnB. Esse é o nosso desafio.
Se você topa fazer parte disso, está convidado:


Reunião dia 25,Terça.
Horario: 12:15.
Local: Na Entrada do Anf. 10, Audefinho.
Pauta:
1 - RU, e agora?
2 - Chapa para o DCE.


Ficou curioso?
Entre no Blog do Grupo:
http://reconstruindoocotidiano.blogspot.com/
No blog, vc não vai encontrar palavras de ordens e milhões de bandeiras. Vc vai encontrar textos, propostas, charges, etc. O movimento estudantil não deve se pautar sobre de slogans e frases prontas, em gritos. O movimento tem de pensar, estudar e propor. Essa é a proposta do nosso blog. Essa é a proposta do nosso Grupo.

Abraços.

domingo, 23 de setembro de 2007

13ª Conferência Nacional de Saúde


13ª Conferência Nacional de Saúde

Após quatro anos da realização da 12ª Conferência Nacional de Saúde, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) promovem a 13ª Conferência Nacional (13ª CNS), a ser realizada em Brasília (DF), de 14 a 18 de novembro de 2007, cujo tema será "Saúde e qualidade de vida: política de Estado e desenvolvimento".

A Conferência terá os seguintes objetivos: avaliar a situação da saúde, de acordo com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) previstos na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde; definir diretrizes para a plena garantia da saúde como direito fundamental do ser humano e como política de Estado, de desenvolvimento humano, econômico e social; e definir diretrizes que possibilitem o fortalecimento da participação social na perspectiva da plena garantia da implementação do SUS.

A 13ª CNS será realizada em três etapas: municipal, estadual e a nacional. Nas etapas, os delegados terão a responsabilidade de debater o tema central e os eixos temáticos da 13ª Conferência Nacional de Saúde, sem prejuízo de debates específicos, em função da realidade de cada estado ou município.

Com a participação de 3.068 delegados eleitos nas etapas estaduais e de convidados e observadores, o encontro vai discutir os seguintes eixos temáticos: Desafios para a efetivação do direito humano à saúde no século XXI: Estado, sociedade e padrões de desenvolvimento; Políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na Seguridade Social e o Pacto pela Saúde; A participação da sociedade na efetivação do direito humano à saúde. Na ocasião, poderão ser discutidos o conceito de saúde, o papel do Estado em garantir a qualidade de vida da sociedade e fortalecer as políticas públicas, de forma que permitam a participação da sociedade na garantia dessas ações.

A 13ª CNS terá em sua estrutura uma Coordenação-Geral; Relatorias Geral e Adjunta; Coordenação de Comunicação e Informação em Saúde; Coordenação de Articulação e Mobilização; Coordenação de Infra-Estrutura; e Comitê Executivo, formado por órgãos do MS para a execução das deliberações.

Cabe à Comissão Organizadora, aprovada pelo CNS, a responsabilidade de encaminhar a realização da 13ª CNS, atendendo às deliberações do Conselho Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde. Serão delegados na 13ª os usuários, os trabalhadores da saúde, os gestores e os prestadores de serviços de saúde, nos termos estabelecidos pela Resolução nº 333/2003 do CNS, com a seguinte representação: 50% de usuários, 25% de profissionais de saúde e 25% de gestores e prestadores de serviços em saúde. Em todas as etapas será respeitada essa paridade.

Cabe lembrar que esses delegados serão eleitos na etapa estadual, mas existem também os delegados que serão eleitos pelas entidades nacionais. A atividade terá observadores, pessoas interessadas em acompanhar a realização da Conferência, indicadas nas Conferências Estaduais de Saúde, no limite de até 10% do total de delegados de cada estado e do Distrito Federal.

Calendário da 13ª Conferência Nacional de Saúde:


Etapa Municipal - 1º de abril a 5 de agosto de 2007;
Etapa Estadual - 15 de agosto a 15 de outubro de 2007;
Etapa Nacional - 14 a 18 de novembro de 2007;

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA



A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A SUA IMPORTÂNCIA: TANTO PARA OS ALUNOS QUANTO PARA AS COMUNIDADES QUE VIVEM AO SEU REDOR.

Luis Antonio da Camara Canto Fróes

RESUMO : Neste texto tento fazer um analise da importância da Extensão Universitária, partindo de uma literatura, tanto de livros recomendados, como também de textos retirados da internet, que numa pesquisa simples na rede mundial, mas restrito ao nosso país.. Destes, poderemos fazer uma avaliação, em que ponto se encontra a Extensão Universitária no Brasil, e as várias interpretações e tendências que se dá para esta. Podemos já deslumbrar que à divergência entre as universidades e faculdades particulares e as publicas, quanto o que é ou não Extensão Universitária, a sua utilidade e seus fins. Temos também, como o aluno participa e vê a sua importância, para sua formação complementar a grade curricular do seu curso, e as contribuições que esta pode trazer para este, na sua vida particular e profissional, e na sua formação como cidadão.

Palavras Chaves: Extensão Universitária, formação complementar, extensão, capacitação, profissional cidadão,


INTRODUÇÃO


Para começar fazer a analise deste assunto, vamos inicialmente verificar como a Extensão Universitária é colocada pela versão oficial do governo Neste caso vamos encontrar dentro do Ministério da Educação, a posição oficial, esta se encontra no documento produzido pelo Forum de PróReitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e SESu / MEC – 2000 / 2001, que vem a ser o “Plano Nacional de Extensão Universitária”.

Neste podemos encontrar os principais pontos e objetivos da Extensão Universitária, deve ser aplicada em todas as universidades públicas em nosso país. Dele podemos determinar logo a importância desta na sociedade como um tudo, como também na formação dos alunos e da pesquisa no pais. Vou comentar certos trechos deste documento, para depois confrontar com os outros documentos encontrados, para ai tentar verificar se os princípios defendidos por este plano, estão sendo aplicados ou não na pequena amostragem que eu abordo. Lógico que, para um estudo mais abrangente, será necessário ter acesso a todos os sites das instituições que assinaram este documento, para ai realmente verificar como se encontra a aplicação deste nas universidades públicas, para depois comparar com as privadas, e como estas encaram a extensão nas suas comunidades.

Plano Nacional de Extensão Universitária”.

O documento, inicia com uma frase de autoria de Boaventura de Souza Santos:

Numa sociedade cuja quantidade e qualidade de vida assenta em configurações cada vez mais complexas de saberes, a legitimidade da universidade só será cumprida quando as atividades, hoje ditas de extensão, se aprofundarem tanto que desapareçam enquanto tais e passem a ser parte integrante das atividades de investigação e de ensino.

Como podemos notar nesta frase a cima, é colocada toda peso da reforma do ensino e o seu futuro na extensão universitária, elegendo ela como a ferramenta que podera corrigir e melhorar o ensino universitário brasileiro, principalmente na área pública. Ao ponto de eleita como atividade essencial para as atividades de ensino e de pesquisa.

Verificando agora o documento em si, logo de inicio, destacamos a importância dada, como neste trecho: “... transformação da sociedade brasileira em direção a justiça, à solidariedade e à democracia”. Fica bem claro que se vê a extensão como a ferramenta ideal para vir a transformar a nossa sociedade como um tudo.
Na frase seguinte, é confirmada essa missão, como podemos ver:
A extensão universitária é a atividade acadêmica capaz de imprimir um novo rumo à universidade brasileira e de contribuir significativamente para a mudança da sociedade.

Podemos verificar a conceituação dada pelo documento, sobre a extensão:

A Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. A Extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da praxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento.

Esse fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados, acadêmico e popular, terá como conseqüências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade.

Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria / prática, a Extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social.
Esta conceituação, marca bem a missão da extensão, dentro das universidades brasileiras, e sal importância como ferramenta de inserção social, das camadas mais baixas da população em termos sociais e econômicos, resgatando a cultura dessa massa de cidadãos, trazendo novos conhecimentos culturais, científicos e tecnológicos, ao mesmo tempo que levara a essa população o conhecimento que fica reservado só para o mundo acadêmico.

Podemos verificar a importância dada ao ensino e a pesquisa, nesta relação entre a universidade e a sociedade, no trecho a seguir:

Com relação à pesquisa, reconhece-se um leque bastante diversificado de possibilidades de articulação do trabalho realizado na universidade com setores da sociedade. Assume interesse especial a possibilidade de produção de conhecimento na interface universidade/comunidade, priorizando as metodologias participativas e favorecendo o diálogo entre categorias utilizadas por pesquisados e pesquisadores, visando à criação e recriação de conhecimentos possibilitadores de transformações sociais, em que a questão central será identificar o que deve ser pesquisado e para quais fins e interesses se buscam novos conhecimentos.

Quanto ao ensino, discute-se e aprofunda-se um novo conceito de sala de aula, que não se limite ao espaço físico da dimensão tradicional, mas compreenda todos os espaços, dentro e fora da universidade, em que se realiza o processo histórico-social com suas múltiplas determinações, passando a expressar um conteúdo multi, inter e transdisciplinar, como exigência decorrente da própria prática.
O estágio curricular é alçado como um dos instrumentos que viabilizam a extensão enquanto momento da prática profissional, da consciência social e do compromisso político, devendo ser obrigatório para todos os cursos, desde o primeiro semestre, se possível, e estar integrado a projetos decorrentes dos departamentos e à temática curricular, sendo computado para a integralização do currículo de docentes e discentes.

Verificamos aqui como é dado um destaque importante na área da pesquisa e ensino, colocando estas duas áreas como vitais na integração entre a comunidade acadêmica e a sociedade como um tudo.

Seguindo no documento, temos agora os Princípios Básicos da extensão universitária:


- a ciência, a arte e a tecnologia devem alicerçar-se nas prioridades do local, da região, do país;
- a universidade não pode se imaginar proprietária de um saber pronto e acabado, que vai ser oferecido à sociedade, mas, ao contrário, exatamente porque participa dessa sociedade, a instituição deve estar sensível a seus problemas e apelos, quer através dos grupos sociais com os quais interage, quer através das questões que surgem de suas atividades próprias de ensino, pesquisa e extensão;
- a universidade deve participar dos movimentos sociais, priorizando ações que visem à superação das atuais condições de desigualdade e exclusão existentes no Brasil;
- a ação cidadã das universidades não pode prescindir da efetiva difusão dos saberes nelas produzidos, de tal forma que as populações cujos problemas tornam-se objeto da pesquisa acadêmica sejam também consideradas sujeito desse conhecimento, tendo, portanto, pleno direito de acesso às informações resultantes dessas pesquisas;
- a prestação de serviços deve ser produto de interesse acadêmico, científico, filosófico, tecnológico e artístico do ensino, pesquisa e extensão, devendo ser encarada como um trabalho social, ou seja, ação deliberada que se constitui a partir da realidade e sobre a realidade objetiva, produzindo conhecimentos que visem à transformação social;
- a atuação junto ao sistema de ensino público deve se constituir em uma das diretrizes prioritárias para o fortalecimento da educação básica através de contribuições técnico-científicas e colaboração na construção e difusão dos valores da cidadania.


Podemos verificar a importância dada a extensão, para que a universidade brasileira não seja simplesmente uma academia de reprodução de conhecimento, fechada em si mesmo, mas sim a ferramenta integradora entre o conhecimento e a sociedade em geral. Propagando o conhecimento a todos, universalizando a academia, e trazendo para dentro desta, o conhecimento cultural desta população que não tem acesso a ela e seu conhecimento, como também fazendo parceria com os movimentos civis, na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.


Para tal destaca como base a formação de um profissional cidadão, uma nova concepção para os alunos que se formam em seu seio, onde estes passam a ter mais interação com a sociedade, com isso, pode-la identificar culturalmente e historicamente, indo além de sua formação técnica o colocando frente a frente com problemas que ira enfrentar no seu dia a dia. A extensão é o modo que o aluno terá na sua prática acadêmica o integrara, em sua atividades de ensino e pesquisa, com os anseios da população, fazendo que este aluno se integre nesta sociedade de desigualdades, como uma ferramenta que ira agir para se atingir a superação dessas desigualdades sociais.


Passo a seguir, para os dois pontos principais do documento, e também finais, que vem a ser os Objetivos e as Metas, de onde tentaremos verificar se estão sendo atengidas.



OBJETIVOS

- Reafirmar a extensão universitária como processo acadêmico definido e efetivado em função das exigências da realidade, indispensável na formação do aluno, na qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade;
- assegurar a relação bidirecional entre a universidade e a sociedade, de tal modo que os problemas sociais urgentes recebam atenção produtiva por parte da universidade;
- dar prioridade às práticas voltadas para o atendimento de necessidades sociais emergentes como as relacionadas com as áreas de educação, saúde, habitação, produção de alimentos, geração de emprego e ampliação de renda;
- estimular atividades cujo desenvolvimento implique relações multi, inter e/ou transdisciplinares e interprofissionais de setores da universidade e da sociedade;
- enfatizar a utilização de tecnologia disponível para ampliar a oferta de oportunidades e melhorar a qualidade da educação, aí incluindo a educação continuada e a distância;
- considerar as atividades voltadas para o desenvolvimento, produção e preservação cultural e artística como relevantes para a afirmação do caráter nacional e de suas manifestações regionais;
- inserir a educação ambiental e desenvolvimento sustentado como componentes da atividade extensionista;
- valorizar os programas de extensão interinstitucionais, sob a forma de consórcios, redes ou parcerias, e as atividades voltadas para o intercâmbio e a solidariedade internacional;
- tornar permanente a avaliação institucional das atividades de extensão universitária como um dos parâmetros de avaliação da própria universidade;
- criar as condições para a participação da universidade na elaboração das políticas públicas voltadas para a maioria da população, bem como para se constituir em organismo legítimo para acompanhar e avaliar a implantação das mesmas;
- possibilitar novos meios e processos de produção, inovação e transferência de conhecimentos, permitindo a ampliação do acesso ao saber e o desenvolvimento tecnológico e social do país.

Os objetivos vem consolidar mais uma vez a grande missão que é atribuída a extensão, como a ferramenta que venha a diminuir as diferenças sociais, fazendo a interligação de todas as camadas da população, democratizando o conhecimento, a pesquisa e divulgando e estimulando a produção cultural popular. Tendo como resultado maior a criaçào de empregos em novas áreas do conhecimento, estimulando o desenvolvimento regional, mas com responsabilidade, principalmente nas áreas sociais e de meio ambiente, tendo assim um crescimento sustentável, e venha solucionar os grandes problemas nacionais e regionais, levando sempre em conta as características do ambiente e a cultura da população local.

METAS
ORGANIZAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA


· Consolidação do Sistema de Informações sobre extensão universitária, através da implantação de Banco de Dados Inter-relacional, em até dois anos;
· inclusão das instituições públicas de ensino superior à Rede Nacional de Extensão (RENEX), no máximo em um ano;
· elaboração de uma proposta de Programa Nacional de Avaliação da Extensão Universitária das universidades brasileiras, a ser apoiado e financiado pela Secretaria de Educação Superior do MEC, no prazo de um ano;
· implementação do Programa de Avaliação da Extensão Universitária nas IES em até três anos;
· definição de linhas prioritárias de extensão nos planos estratégicos departamentais e das universidades, em até um ano;
· adoção de indicadores quantitativos e qualitativos de extensão nas análises de mérito para alocação de vagas para docentes nas unidades e departamentos e para distribuição de recursos orçamentários internos, em dois anos;
· implantação de um Sistema Nacional de Educação Continuada e a Distância, incluindo as IES, através do desenvolvimento de mecanismos de interlocução com a Secretaria Nacional de Educação a Distância, do MEC, em até três anos;
· institucionalização da participação da extensão no processo de integralização curricular, em quatro anos;
· implementação de escritórios ou coordenações de desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia, articulados com as Pró-Reitorias de Extensão, em até dois anos;
· instituição de um Programa Nacional de Fomento à Extensão, Custeio e Bolsas de Extensão que seja balizado nos conceitos desenvolvidos pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão e pela sociedade civil, dentro das áreas consideradas prioritárias, em até dois anos.

ARTICULAÇÃO COM A SOCIEDADE

Desenvolvimento de programas e projetos de extensão ligados à:

· ampliação da oferta e melhoria da qualidade da Educação Básica, em até três anos;
· preservação e sustentabilidade do meio ambiente, em parceria com as agências financiadoras, em nível nacional e internacional, em até três anos;
· melhoria da saúde e qualidade de vida da população brasileira, em até três anos;
· melhoria do atendimento à atenção integral à criança, adolescente e idoso, em até dois anos;
· participação no Programa Nacional de Educação nas áreas da Reforma Agrária através da capacitação pedagógica de monitores e coordenadores locais, em até dois anos;
· promoção do desenvolvimento cultural, estimulando as atividades voltadas para o incentivo à leitura, turismo regional, folclore e cultura popular, em até dois anos;
· desenvolvimento, em parceria com órgãos federais, estaduais, municipais e entidades não governamentais, de programas e projetos voltados para a formação de mão de obra, qualificação para o trabalho, reorientação profissional e a capacitação de gestores de políticas públicas, em até três anos.

Nas metas atribuídas, vemos que temos duas áreas: uma que dá ênfase de se montar dentro do MEC e das universidades públicas uma infra-estrutura básica para dar sustentação aos objetivos já vistos, fornecendo meios para realização destes; e a segunda, de ações com outros órgãos governamentais e com entidades civis, nacionais e estrangeiras, que se juntem no desenvolvimento de políticas de ações sociais, que venham a melhorar o quadro nacional em diversas áreas, como na saúde e educação básicas, atendimento a criança, ao adolescente e ao idoso, apoio educacional nas áreas rurais, desenvolvimento cultural, e a formação de mão de obra qualificada. Vemos que se deve atingir estas metas em três anos, a partir da data deste documento.


Quanto ao financiamento e avaliação o documento nos traz o texto a seguir:


O financiamento das metas da organização da extensão universitária terá como fonte de recursos os órgãos federais e estaduais de educação e as próprias universidades. O financiamento das metas relativas à articulação com a sociedade será definido a partir da realização de parcerias com órgãos e instituições ligadas às áreas e articulações políticas com agências de desenvolvimento.

O Fórum proporá um sistema de avaliação das metas contidas no plano a ser desenvolvido pelas instituições envolvidas no processo.


O grande problema dos objetivos e metas, contido neste documento, se encontra exatamente aqui. Pois realmente este plano de ação proposto para a extensão universitária, principalmente na área pública, é altamente ambicioso, e se for levado a cabo, realmente a médio e longo prazo, vai atingir os seus objetivos e metas, alterando a nossa sociedade para melhor, com mais distribuição de conhecimento, de renda e estimulando a produção cultural, elevando o nível econômico da população como um tudo , incluindo assim várias camadas desta população que se encontram agora a margem da sociedade, e em níveis de miséria, sem empregos, educação, saúde e principalmente alimentação. O problema é que de pende da política adotada pelo governo, e este nos ultimos governos, não vem dando, nem estimulando em nada a extensão universitária, apesar de se colocar totalmente a favor com este plano de ação, ele acaba o inviabilizando, quando corta o orçamento que este necessita e as suas fontes de financiamento.

A Carta de Recife

Neste documento produzido o ano passado ao final do XX Encontro nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, verificamos que volta afirmar todas as diretrizes já colocadas no documento anterior, que é o de levar o conhecimento e melhorar a situação ds camadas mais pobres da população, encontrando soluções para os graves problemas gerais e localizados, sempre levando em conta as características sociais, culturais e regionais em cada um. Este documento foi elaborado como um subsídio à reforma universitária em gestação no MEC, nessa época. Mas pelas propostas desta colocadas pelo governo, pouco foi aproveitado.

Documento lido na Reunião Ordinária da Câmara de Graduação, da Pró-Reitoria de Graduação, da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, de 18 de Julho de 2005

O Plano Nacional de Educação (Lei nº 10172, de 09/01/2001) preconiza que através da implantação do Programa de Desenvolvimento da Extensão Universitária se deve destinar 10% do total de créditos exigidos para a graduação no ensino superior público que será reservado para a atuação dos alunos em ações extensionistas, para os cursos que assim o desejar (2002, 24).


A Extensão Universitária tem sua sustentação legal na Constituição Federal (art. 207), na LDB (Lei 9394 de 1996) e no Plano Nacional de Educação (objetivos e metas nº 23, item B-Educação Superior). O cap. 4, art. 43, parágrafo 7 da LDB determina que a promoção da extensão seja “aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição”.
Neste trecho deste documento, nos dá em termos jurídicos, a sustentação para a Extensão universitária, demonstrando como esta esta em basada em várias leis do país, desde da sua carta magna, até as normas do MEC.


Neste documento vemos o esforço que se esta fazendo na UFES, para se dar mais ênfase a extensão, sendo que as iniciativas está partindo de cada curso, que vem a amplitude que a extensão tem para a formação de seus alunos. Também, cada curso vai propor o modo que se deve atribuir e avaliar esses 10% de créditos, no seu curriculum, levando em conta as suas peculiaridades e distinções.


Programa de Extensão Universitária Trabalha Inclusão Social – PROEXT 2005
Atualmente são financiados cerca de 130 projetos de 49 instituições federais e 16 estaduais. Iguatemy Martins, Coordenadora Geral de Relações Acadêmicas da Graduação da Secretaria de Educação Superior do MEC, espera que a edição deste ano possa ampliar a participação das universidades no desenvolvimento de políticas públicas através da extensão universitária.
O programa permitirá que as universidades encaminhem projetos para financiamento na linha da educação de jovens e adultos, políticas públicas de atenção integral à família, combate à fome, erradicação do trabalho infantil, combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, juventude e desenvolvimento social, desenvolvimento urbano, violência urbana, comunidades indígenas, atenção à pessoa idosa e geração de trabalho e renda.

Todos esses temas foram propostos pelas universidades para desenvolver e interagir com a comunidade na perspectiva de consolidação de políticas públicas no âmbito da inclusão social”, salienta a coordenadora.

Cerca de 10 alunos participam de cada um dos 130 projetos. Mas Iguatemy diz que a dimensão é mais qualitativa do que quantitativa: “É uma espécie de confronto dos ensinamentos da academia com a realidade fora dos muros da universidade”.

Como fica bem demonstrado nesta parte deste documento, existência do Programa de Extensão Universitária, dando os números do projeto e suas realizações. Fala-se de qualidade em vez de quantidade, mas acho ainda muito aquém do que se pode fazer, dentro das diretrizes estabelecidas no plano nacional de extensão, levando em conta as dimensões e a pluralidade das populações existente neste pais e suas diferenças sociais, culturais e econômicas. Mas que o programa vise essencialmente a geração de novos empregos, como inclusão social.


A importância da Extensão para o Curriculum Acadêmico do universitário

Por tudo que verificamos anteriormente, é de suma importância para o aluno a Extensão Universitária. Pois esta, vem complementar a grade de cada curso, pois ela preenche as brechas deixadas nestas grades. Também faz uma integração do aluno com a realidade da profissão escolhida, ao demonstrar em que estado se encontra o seu campo de trabalho, e, com isso, demonstrar as perspectivas que este tem naquele momento. Ela vai integrar os alunos com o mercado, a sociedade e a comunidade a que ele está inserido, como também na qual ele irá atuar, dando para este experiências e realidades bem diferentes da academia, desenvolvendo o seu senso critico, como o sentido de ética no curso escolhido por ele, tornando este então um profissional cidadão.

A extensão tem como obrigação completar a formação acadêmica de uma forma mais técnica e pontual, assinalando até com um princípio de especialização. Ela vai integrar os alunos com a realidade da profissão, como também vai aumentar os horizontes destes com o contato de profissionais da área escolhida. Neste caso, devemos verificar que apesar dos eventos serem dirigidos a um determinado curso, não impede que alunos e profissionais de outros cursos, afins ou não, também participem, por interesses acadêmicos, profissionais ou particulares, fazendo com isso uma integração e confraternização maior. Esta abertura de pensamentos e de visões diferentes é extremamente positiva, pois vai realçar nos participantes novos modos de pensar os mesmos temas, enriquecendo os conhecimentos deles ao mesmo tempo em que têm conhecimento do outro, e como isto vai poder ajuda-lo no futuro profissional.
A extensão é a ponte que faz a ligação entre vários cursos. Podemos ver isso, principalmente entre os cursos da mesma área e áreas afins, como por exemplo: na área das humanas, entre cursos de história e sociologia; na área das exatas: agronomia e geologia; nas áreas das biológicas, entre a biologia e a farmacologia. Também pode acontecer entre as áreas, como: história e medicina; medicina e física; e informática e economia. Podemos entender que a extensão consegue, num mesmo evento, completar mais de um curso das mesmas áreas ou cursos das três áreas do conhecimento, promovendo a troca de idéias, ensinando a existência de uma integração do conhecimento e, principalmente, que um curso sem o auxílio do outro não prospera nas suas atividades e pesquisas.

Outro ponto em que a extensão trabalha é também na divulgação da pesquisa científica, pois poderá realizar eventos, para promover debates entre os pesquisadores, demonstrar os resultados de suas pesquisas e divulgar não só para o meio acadêmico, mas como para a sociedade em geral, a produção acadêmica de todos os envolvidos. Com estes eventos consegue captar alunos para se iniciar na área da pesquisa, fomentando neles o espírito do pesquisador, com isso abrindo um novo horizonte de perspectivas profissionais para estes.

A missão da extensão é muito grande e de suma importância. Pois ela tem que ativar nos alunos, principalmente, novas perspectivas profissionais, outras visões, trazer mais informações gerais, técnicas e de especialização, fazer a integração entre os vários cursos e áreas. Sendo que estes eventos não só ocorrem dentro de uma universidade, mas também poderão e devem atingir outras organizações acadêmicas, como também profissionais, levando à uma integração e troca de conhecimentos bem ampla; produzindo estímulos positivos em todos os envolvidos; tendo como resultado maior um grande acúmulo de informações.

Coloco com isso, que a extensão ao longo de um período de um ano letivo, deverá fazer pelo menos um evento direcionado a cada curso ou cursos afins. Pois ela deve atuar com bastante eficácia para atingir todos os cursos e dar a complementação necessária para todos eles. Para que obtenha maior êxito, deverá estar sempre a par das carências e dificuldades dos alunos nas suas áreas e cursos; para tal terá que estar pesquisando junto aos alunos, professores e organismos profissionais e o que o mercado de trabalho exige, para organizar um evento que venha a somar no curriculum do aluno, dando a estes mais dados e informações para entrar neste mercado. Também a extensão deverá avaliar através de pesquisas a sua atuação, e a qualidade de seus eventos, para ter sempre um bom nível e trazer o que é de interesse da comunidade acadêmica.

Estes eventos podem ser de cunho específico a um determinado curso ou cursos afins, ou de abrangência geral. Nos de assunto especifico, concentrado-se em uma matéria especifica, ou determinado assunto dentro de alguma matéria; ou ainda uma técnica ou método especifico de trabalho ou de pesquisa. Em geral, algum assunto que abranja mais de uma área de conhecimento ou de conhecimentos gerais como: eventos interdisciplinares ou eventos culturais, ou a divulgação de uma técnica ou ferramenta de trabalho de interesse geral, como: cursos de línguas e de sistemas de informática.

As formas de eventos que a extensão podem realizar são: cursos, seminários, semanas de divulgação de certos cursos ou técnicas, mesas redondas, debates, conferências e outros. O objetivo é trazer para o aluno conhecimento complementar ao da grade acadêmica de seu curso, para que este tenha uma visão maior da sociedade que integra, melhores informações, perspectivas de trabalho futuro e métodos e técnicas de trabalho., sempre trabalhando a noção de ética e de cidadania nele.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como podemos ver ao longo da analise dos documentos, que foram obtidos numa simples pesquisa na internet, a Extensão Universitária é uma ferramenta de grande importância, como política publica, para ser usada como inserção social, aproximando a academia das comunidades que a envolve. Percebemos que sua utilização por parte do governo ainda é acanhada, como também por parte dos estados, municípios e agencias financiadoras. Já existe por parte das universidades publicas, vários projetos, mas ainda existe espaço para muito mais. Podemos também destacar, que esses projetos não devem ter características assistências e filantrópicas, pois estas tornam o cidadão dependente do sistema, não auxiliando na sua capacitação para poder sair da condição de medicancia em que se encontra.

Do ponto de vista do aluno universitário, já destaquei acima a importância para a sua formação acadêmica, como também como cidadão.
Espero que a extensão universitária não fique estagnada, e se desenvolva não só nas universidades publicas, coma atinja também as particulares.


Bacharel em História pela FFLCH / USP, aluno com matricula especial na UNIR, e voluntário / colaborador do PIBIC /

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Universidade em liquidação


Universidade em liquidação

A idéia de que os ricos devam pagar pelos pobres impossibilita a instituição de justiça social no país.

MARILENA CHAUI especial para a Folha

Volta à baila uma afirmação que, vira-e-mexe, reaparece na cena política: a da universidade pública paga como "uma questão de justiça social". A novidade, agora, está em considerar-se que tal medida já não corre o risco de impopularidade junto à opinião pública porque a sociedade brasileira, de um lado, teria absorvido a idéia de que o mercado é a "ultima ratio" da realidade e, de outro, será sempre favorável a medidas governamentais que, dizem alguns, tratam de "beneficiar maiorias em detrimento de minorias", mesmo que essas esperneiem com a perda de privilégios. Essa cantilena populista não é nova.

Foi entoada nos anos 70 e 80 com o refrão "os ricos devem pagar pelos pobres". Curiosamente, porém, não a ouvimos quando o governo despejou bilhões para beneficiar bancos e banqueiros, os quais, até prova em contrário, não parecem constituir exatamente a camada dos pobres. Também não a ouvimos nos processos de privatização da saúde e seus planos escorchantes. Nem quando se trata de definir as concessões para as telecomunicações. Por alguma razão insólita, volta e meia, no país dos 10 milhões de desempregados a idéia de começar a justiça social pela cobrança do ensino universitário público parece incendiar corações e mentes.

Mais surpreendente ainda é a aparente recepção positiva dessa idéia num país que não consegue acertar a declaração do Imposto de Renda nem taxar as grandes fortunas e que, portanto, não tem como saber legalmente quem são os ricos. O entusiasmo populista é tão grande que não se deixa afetar por esse argumento, nem mesmo por argumentos econômicos comparativos que mostram que nos países metropolitanos o investimento público no ensino superior é elevado (chega a ser a única fonte de financiamento, em alguns países europeus, que também praticam o sistema de bolsas para estudantes de graduação; e é fonte majoritária dos recursos investidos nas pesquisas de ponta, nos Estados Unidos).

O primeiro argumento em favor do ensino universitário público pago baseia-se num dado de fato: os filhos da classe média e da classe dominante estudam em caros colégios particulares, recebem uma formação aprimorada, fazem os cursinhos pré-vestibular (em geral, caríssimos) e tomam praticamente todas as vagas nas universidades públicas, delas excluindo os filhos da baixa classe média e da classe trabalhadora (que permanecem fora do ensino superior ou cursam universidades privadas dispendiosas e muitas vezes de baixo nível). A esse argumento acrescenta-se um segundo, também com base em fatos: fala-se nos elevados custos das universidades públicas, que poderiam ser reduzidos com a cobrança de mensalidades para os filhos das classes abastadas. Qual o logro do primeiro argumento?

Escamotear o principal, isto é, a devastação a que foi submetida a escola pública de primeiro e segundo graus quando a ditadura - que tinha no Conselho Federal de Educação os proprietários das escolas privadas- desviou recursos públicos para as escolas particulares, introduziu a licenciatura curta para formação de professores do ensino fundamental e médio, arrochou os salários e preparou o caminho da exclusão universitária para a baixa classe média e a classe trabalhadora, oferecendo-lhes como consolação o funesto e fracassado profissionalizante.

O argumento, portanto, abandona o campo das causas, opera com os efeitos da política dominante e propõe uma solução duplamente falsa: em primeiro lugar, porque deixa intocado o problema de origem; em segundo lugar, porque acaba levando para a universidade o mesmo projeto que destruiu a escola pública de primeiro e segundo graus. O segundo argumento é enganador, pois calcula os gastos tomando as verbas anuais das universidades públicas, dividindo-as pelo número de alunos, e tem como resultado uma cifra altíssima, porque deixa na sombra o fato de que nessas verbas estão incluídos hospitais universitários, centros de atendimento à população, centros de pesquisas, obras de infra-estrutura e aquisição de livros e equipamentos para laboratórios, além do salário dos inativos. Porém é enganador ainda por uma outra razão mais profunda. Com efeito, em muitas unidades da USP (não sabemos se o mesmo ocorre em outras universidades estaduais e federais) o ensino pago já está instituído com o uso de dois mecanismos principais:

1) por um decreto do MEC, estudantes de pós-graduação devem cumprir uma parte de seus créditos dando aulas para a graduação (maneira de não abrir concursos para contratar novos professores), e isso libera professores, que passam a oferecer cursos pagos de extensão universitária e que, por serem pagos, são altamente seletivos ou elitistas; 2) por meio de convênios com fundações e empresas privadas, são oferecidos cursos pagos de especialização e de pós-graduação com critérios próprios de seleção e de avaliação e, como no caso anterior, produzem discriminação econômico-social entre os estudantes. Em outras palavras, até prova em contrário, pagamento de cursos e igualdade de condições (isto é, justiça democrática) não andam juntos. A posição populista aparece como moderna e pragmática porque parece se basear em análises de problemas reais das universidades públicas e, se cala fundo nas mentes conservadoras, é porque desde o "milagre brasileiro" a universidade foi oferecida à opinião pública como meio certo de ascensão social e prestígio.

Essa proposta, porém, não é realmente pragmática porque não introduz (correta ou incorretamente) os fatos para encontrar uma solução localizada e imediata que resolveria, no curto prazo, alguns dos sérios problemas sociais brasileiros, dos quais a universidade pública gratuita é apenas um caso particular.

Também não é realista e pragmática porque a solução apontada não leva em conta aspectos práticos complicados e talvez insolúveis, como, por exemplo, a determinação de quem, com equidade, pode pagar e quanto pode pagar. Na verdade, os fatos e a solução são colocados para afirmar que se trata de uma questão de princípio, isto é, de justiça social. Vejamos então se, no nível dos princípios, a universidade pública paga, que à primeira vista pareceria ser um fator decisivo de justiça social, cumpriria efetivamente esse papel. Fala-se atualmente em "colapso da modernização" para referir o declínio do Estado de Bem-Estar e a sua correção racionalizadora pela economia política neoliberal. Esse "colapso", no entanto, pode ser analisado sob outra
perspectiva, se o percebermos, como faz Francisco de Oliveira, a partir das transformações econômicas e políticas introduzidas pelo próprio Estado de Bem-Estar com a criação do fundo público.


Visto sob a perspectiva da luta política, o neoliberalismo não é, de maneira nenhuma, a crença na racionalidade do mercado, o enxugamento do Estado e a desaparição do fundo público, mas a posição, no momento vitoriosa, que decide cortar o fundo público no pólo de financiamento dos bens e serviços públicos (ou o do salário indireto) e maximizar o uso da riqueza pública nos
investimentos exigidos pelo capital, cujos lucros não são suficientes para cobrir todas as possibilidades tecnológicas que ele mesmo abriu. Que o neoliberalismo é a opção preferencial pela acumulação e reprodução do capital, o montante das dívidas públicas dos Estados nacionais fala por si mesmo. Mas isso significa também que a luta democrática das classes populares está demarcada como luta pela gestão do fundo público, opondo-se à gestão neoliberal.

E é nesse campo democrático que se coloca, como questão de princípio, a universidade pública gratuita, juntamente com a melhoria da escola pública do primeiro e do segundo graus. Noutras palavras, a luta pela qualidade do ensino, pela boa formação dos professores e dos alunos, pela ampliação da rede pública escolar, pela dignidade dos salários de professores e funcionários, assim como a luta pela gratuidade da universidade pública e pela qualidade da formação e da pesquisa não são lutas de uma minoria barulhenta, nem de lobistas e corporativistas, mas a disputa democrática pela direção da aplicação do fundo público. É nesse campo que se põe a justiça social. De fato, que significa a cantilena "os ricos devem pagar pelos pobres"? Significa, em primeiro lugar, que os ricos são vistos como cidadãos (pagam impostos e mensalidades) e os
pobres não (mesmo que saibamos que, neste país, os ricos justamente não pagam impostos); em segundo lugar, que a educação não é vista como um direito de todos, mas como um direito dos ricos e uma benemerência para os pobres; em terceiro lugar, que a cidadania, reduzida ao pagamento de impostos e mensalidades, e o assistencialismo, como compaixão pelos deserdados, destroem qualquer possibilidade democrática e de justiça.

Ultrapassando a simples idéia de um regime político identificado à forma de governo, a democracia, como forma geral de uma sociedade, caracteriza-se pela afirmação da liberdade e da igualdade dos cidadãos e, por essa razão, o maior problema da democracia numa sociedade de classes é o da manutenção desses dois princípios sob os efeitos da desigualdade real. Eis por que a luta política democrática na sociedade de classes contemporânea passa pela gestão do fundo público pelo qual a igualdade se define como direito à igualdade de condições. Somente com a idéia de criação e conservação dos direitos estabelece-se o vínculo profundo entre democracia e a idéia de justiça. Embora a visão liberal reduza a democracia ao regime da lei da ordem, essa imagem deixa escapar o principal, isto é, que a democracia está fundada na noção de direitos e por isso mesmo está apta a diferenciá-los de privilégios e carências. Os primeiros são, por definição, particulares, não podendo generalizar-se num interesse comum nem universalizar-se num direito, porque deixariam de ser privilégios.

Carências, por sua vez, são sempre específicas e particulares, não conseguindo ultrapassar a especificidade e a particularidade rumo a um interesse comum nem universalizar-se num direito. A cantilena "os ricos devem pagar pelos pobres" reforça a polarização entre privilégio e carência e, longe de ser instrumento de justiça social, é a impossibilidade de que esta seja instituída pela ação criadora de direitos. A educação, em todos seus níveis, é um direito e, como tal, dever do Estado, isto é, da esfera pública na sociedade de classes, quando o fundo público não se destina exclusivamente ao capital.

Marilena Chaui é professora no departamento de filosofia da USP, autora de "Cultura e Democracia" (Ed. Cortez) e "A Nervura do Real" (Companhia das Letras), entre outros. Ela escreve regularmente na seção "Brasil 500 d.C.", da Folha.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A discussão sobre o Aumento do R.U.


Ai está o relato do último CEB que discutiu principalmente o aumento do R.U. Desse CEB, criou-se o GTRU, que será explicado melhor doravante.


Relato do Conselho de Entidades de Base do dia 13 de Setembro de 2007.


Pauta apresentada na Convocatória:

-Aumento do preço do Restaurante Universitário.

-Calendário Eleitoral do DCE.

-Greve dos Professores.

-Prestação de Contas do DCE.


O ultimo item da pauta foi retirado pois o DCE desistiu de apresentar a prestação de conta. O DCE, na pessoa do Martim, Coo. geral, garantiu que a prestação será entregue junto com a Convocatória do próximo CEB a todos os C.A.s da UnB.


Informes:

1- Professoras do Núcleo da Agenda Ambiental discutiram rapidamente a importância da discussão ambiental no Movimento estudantil e chamou para a reunião no DEX dia 24 as 12 hrs. Nr de Contato: 33072614. Informou da Campanha de uso de Canecas, como meio de economia de Copos descartaveis, lembrando que vão ser ofertadas 2500 canecas.

2- Luiza(PSTU, CASO). Informe sobre o plebiscito da Vale e sobre a Assembléia da Sociologia. Alan Somaio falou do Happy Hour Radiola no caso, quinta dia 20 de Setembro.

3-Danilo(Pol) apresentou o vídeo de cobertura do 50º Congresso da UNE “ A UNE Somos Nós??” que estava a venda por 5,00 Reais.

4-Claudia (DCE) Disse que a ANDES vai deliberar sobre a greve no fim de Setembro.

5-Flecha (AAAUnB e DCE)– Abertura das inscrições do Jiunbs, critica aos C.A.s do Campus Planaltina pela organização de um evento esportivo de lá considerando isso um desrespeito. Dessa forma ele justificou a incapacidade da Atlética em alcançar aquele Campus com suas atividades.

6-Martim(DCE) Deu o informe do 50º CONUNE defendendo que houve grandes avanços desse evento. Mais informações no www.une.org.br.

7-Funcionário do Sintifub passou o relato da greve de sua Categoria.

Aumento do R.U.

1-Martim (DCE) -Abriu o ponto e fez fala contra o aumento e contra privatizações.

2-Yuri(Reconstruindo) – Deu informes da reunião do Conselho Administrativo(CAD), Defendeu a unidade do movimento estudantil na luta contra o Aumento. Informou que no CAD vão ser adicionados mais 3 conselheiros estudantis graças a participação maior na ultima reunião do CAD.

3-Sergio (PSTU) – Apontou falhas nos números apresentados pela Reitoria para justificar o gasto por refeição de 10,75 no R.U. Esses números são duvidosos, disse ele.

4-André Biologia – Projeto de Bioreator e uso de Canecas no R.U. Campanha para Reduzir gastos do R.U.

5-Glauco(CAHIS) – Análise sobre a Greve dos Servidores. Ele defendeu que o movimento sindical é divisionista.

6-Fábio(PSOL) – Defendeu Abaixo Assinado contra o aumento do Preço do R.U.

7-Rafael Anjinho(CAPOL e Reconstruindo) Defendeu a criação de um Grupo de Trabalho para organizar os estudantes na luta contra o Aumento do R.U. Para pensar estrategicamente a atuação estudantil no CAD e aprofundar os conhecimentos sobre o Restaurante, alem de tocar a mobilização estudantil.

8-Diogo(CALET) – Questionou os números apresentados pela Reitoria, comparando com outros números anteriores e comparando também com outras federais.

9-Zanata(letras) – Denunciou uma Politica geral na UnB de privatização.

10-Silvia(Reconstruindo) - Fez críticas práticas aos numeros apresentados pela Reitoria de Gasto no R.U. contestando com base em conceitos da estatistica. Mostrou que os dados foram organizados de forma "enviezada". Fez reflexoes sobre a estrutura do CAD, lembrou que é um conselho de professores aonde é difícil a atuação.


Desse modo, após algumas falas rolou um colapso da reunião do CEB, com várias discussões paralelas, tensionamento, picuinhas de grupo rivais e ineficiência na moderação e condução da mesa, se deliberou:


1- Assembléia de Cursos para discutir o Aumento do R.U. antes da Assembléia Geral da UnB.

2- Grupo de Trabalho dos estudantes sobre R.U (GTRU) com a seguinte estrutura:

Reuniões semanais, ordinárias, todas as Segundas ao Meio dia no DCE, Regime Consensual com os Dissensos sendo levados ao CEB. O GTRU fará relatos que deverão ser aprovados no CEB. Os Conselheiros do CAD devem estar presentes. O GTRU devera estudar e fazer propostas sobre:

A- Os custos de Dados apresentados pela Reitoria sobre os gastos com o R.U.

B- Pensar o em que contexto se encontra o R.U, sua viabilidade e necessidade. Bem como pensar propostas para diminuição de Custos do R.U.

C- Pensar estratégia de Atuação e Mobilização Estudantil, fazer jornada de luta. Como lidar com os Conselheiros do CAD.

3-Abaixo Assinado que deve ser desenvolvido pelo GTRU.

4-Assembléia Geral, no dia 26 com proposta preliminar de Pauta: Assistência Estudantil.


Não houve tempo para se discutir as pautas seguintes.


-->Proposta de Próximo CEB: QUINTA, dia 20 de Setembro.



A atuação do Reconstruindo o Cotidiano:
Muitos dos nossos membros estavam presentes no CEB representando Centros Academicos, portanto, a opinião desses membros reflitiam a posição do CA e nao do Grupo ou do Individuo. O Grupo de forma nenhuma mistura as coisas. Mas, sem dúvida a atuação de membros do Grupo foi muito interessante. Muitos CAs nao receberam a Convocatória do DCE, o Coletivo Reconstruindo o Cotidiano se organizou para tentar chamar todos os Centro Academicos para participar, tendo em vista a causa maior(o não aumento do R.U.). Chamou também outros coletivos e grupos organizados. Sempre com o mesmo norte. Organizar a Luta contra o aumento do R.U.
Membros do Reconstruindo o Cotidiano propuseram e aperfeiçoaram a proposta aprovada do GTRU. Fizeram falas contra o Aumento, pensando em meios objetivos e eficientes de articulação contra o Aumento do R.U.. Pensou mais pragmaticamente como lidar com um Conselho como o CAD e prezou pela organização do espaço.(É, isso é uma coisa que poucos fizeram nesse ultimo CEB).

Portanto, é hora de nos organizarmos para o GTRU e para a luta contra o Aumento do R.U.. Idependente de credo, cor, grupo político, orientação sexual ou posição politico partidária, É interessante que a UEI também participe desse processo! Todos os estudantes são bem vindos! PARTICIPE!

O Grupo Reconstruindo o Cotidiano, o Instinto Coletivo, O nada Será como Antes e até mesmo o DCE estão se organizando para fazer do GTRU um espaço de discussão madura, pragmática, e efetiva em torno de uma pauta que tanto interessa a todos os estudantes! PARTICIPE!

Abraço.

Campanha pede democracia nas concessões


Da redação do Observatório do Direito à Comunicação
13.09.2007


Organizações e movimentos sociais de todo Brasil lançam no dia 5 de outubro campanha por democracia e transparência nas concessões de rádio e televisão do país. A data, simbolicamente escolhida por ser o dia em que vencem outorgas das maiores redes brasileiras de TV (Rede Globo, TV Bandeirantes, SBT e TV Record), está provisoriamente sendo chamada de Dia Nacional de mobilizações por controle público sobre as concessões de rádio e TV.

A mobilização está na pauta da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), que reúne organizações de peso como CUT, UNE e MST, de entidades que lutam pela democratização da comunicação – entre elas a Campanha pela Ética na TV e o Intervozes – e de organizações de mulheres, do movimento negro e quilombola. No dia 5, além do lançamento da campanha, devem ser realizados atos nas principais cidades do país para reivindicar o cumprimento dos princípios constitucionais para a exploração das concessões de rádio e TV, e a instituição de mecanismos de participação social no momento de outorga e renovação dessas concessões.

“Precisamos pensar uma política ampla de comunicação para o país. E o debate sobre as renovações é propício para isso. Todos sabem que muitos concessionários não respeitam a Lei e que se tornam praticamente proprietários dos canais. Além disso, os processos de renovação não tem qualquer critério para se faça uma avaliação sobre o cumprimento das responsabilidades pelos donos das empresas”, afirma Rosane Bertotti, da CUT - Central Única dos Trabalhadores.

Segundo as organizações, a campanha tem como objetivo sensibilizar a sociedade em relação ao tema, apontando os absurdos que fazem parte do atual processo de outorga e renovação das concessões, como a falta de transparência, o uso ilegal das emissoras por parlamentares e a inexistência de critérios no momento de renovação das mesmas, o que acaba inviabilizando a avaliação do serviço público prestado.

Com a campanha, as entidades planejam denunciar o atual quadro de outorga e renovação das concessões e fazer valer os princípios constitucionais até hoje não regulamentados, para que exista alguma forma de controle público e social sobre o espectro de freqüência, um bem público que pertence ao conjunto da sociedade. “No mínimo, é preciso haver um questionamento deste processo. Não é possível que o governo Lula renove concessões que foram dadas na ditadura sem ao menos criar critérios para isso. É o momento de criarmos uma movimentação nacional e exigirmos debate sobre essas questões”, afirma Antonio Carlos Spiz, da Central Única dos Trabalhadores e da CMS.

Os estudantes apontam na mesma direção. Segundo Luana Bonone, diretora de comunicação da UNE - União Nacional de Estudantes, o debate sobre concessões traz à tona a necessária discussão sobre a regulação das comunicações. “As concessões de rádio e televisão no Brasil são como as concessões ao ensino privado. Não conseguimos regulamentar de modo algum, mas a impressão que temos é que nas comunicações o quadro é ainda pior. O que está em jogo é um projeto de país: democrático ou monopolista, com estruturas concentradoras de poder ou que reflitam a diversidade do país,” diz.

O principal movimento social do país, o MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também vai participar das mobilizações. “Só é possível democratizar a comunicação com um processo de luta unificada na sociedade, por isso estamos engajados na campanha. A democratização da sociedade precisa necessariamente passar pela mídia”, afirma Igor Felippe, do setor de comunicação do movimento. “Nós sabemos bem o significado dos monopólios, pois somos criminalizados todos os dias pelo simples fato de lutarmos por um direito do povo”, completa.

De acordo com o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, uma das entidades que atuam diretamente no campo da comunicação, o foco da iniciativa não estará em uma determinada emissora, mas sim no conjunto de regras e normas do sistema de concessões. “As concessões são o instrumento que materializa o poder das emissoras comerciais, protegendo o monopólio e a falta de compromisso delas com o interesse público. No processo de renovação, prevalece a ausência de participação popular e a inexistência de critério. Todo rigor que eles têm com as comunitárias inexiste para as comerciais", afirma João Brant, um dos coordenadores da entidade.

Audiências públicas e julgamentos populares

Segundo Brant, hoje as concessões são um instrumento de manutenção do poder estabelecido. “Não aceitamos mais esta barbárie e este ‘velho oeste’ que marca o processo. É preciso se mobilizar para transformar esse quadro”, diz. “Alguma regulação é necessária para mudarmos esta situação. E eles acham que são intocáveis e que têm um poder sagrado. Mas não têm”, afirma Sonia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres. Além da ampliação dos grupos e organizações que participantes da campanha, devem ser organizadas audiências públicas locais e regionais, e produzidos materiais de campanha pela democratização das concessões de rádio e TV.

Entre as iniciativas locais da ação conjunta, estão previstos julgamentos populares das programações de rádio e TV, além do mapeamento do uso espectro em cada cidade. A agenda de mobilizações do dia 5 de outubro deve se estender ao longo do mês. De 15 a 21 de outubro será realizada a Semana pela Democratização da Comunicação, que acontece anualmente na semana do 18 de outubro, Dia Nacional pela Democratização das Comunicações.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Relato do 50º CONUNE (2007)



O 50º Congresso, realizado entre os dias 4 e 8 de julho de 2007, alterou a rotina da Universidade de Brasília (UnB). “Durante quatro dias foram realizados 12 debates, 18 grupos de discussão e 2 seminários. Na quarta-feira uma sessão solene do Senado Federal homenageou os 70 anos da UNE. Na quinta, a mesa de abertura reuniu lideranças dos movimentos sociais que reafirmaram a unidade com a luta dos estudantes”.(texto retirado do site do 50º Congresso).
Nosso grupo esteve presente em todos os momentos do congresso, desde as primeiras discussões sobre os temas abordados à eleição de delegados, nos debates e seminários realizados e marcando presença também nas plenárias, onde foram aprovadas as deliberações da UNE para a próxima gestão, presidida por Lucia Stumpf.
Portanto, foi a partir da presença nos espaços de discussão que elaboramos esse relato com propriedade sobre nossas impressões acerca do congresso, seus pontos positivos, que infelizmente não são muitos, negativos e sobre nossas “propostas” de melhoria para os próximos congressos.
O 50º Congresso da UNE trouxe como diferencial a qualificação do debate político e da participação asseguradas pelo novo modelo de tiragem de delegados, eleitos por universidade e não mais por curso, criando um debate saudável entre estudantes de todos os cursos da universidade e pelos seminários e grupos de discussão que ocorreram nos primeiros dias do congresso abordando os mais variados temas atuais tanto para os estudantes como para a sociedade em geral. Nos Congressos anteriores – 2003 e 2005 – quase não houve espaços de discussão e quando estes existiam os estudantes tiveram pouquíssimas oportunidades de fala, ou seja, participação passiva e não ativa.
No entanto, considerando o aumento da participação ativa dos estudantes, não podemos deixar de comentar os pontos falhos deste congresso. Os debates foram gravemente enviesados de acordo com a maneira como foram conduzidos.
Não obstante à seleção do direito à fala dos estudantes pelos organizadores, as palestras foram em sua maioria executadas por membros da nossa elite política ou da nossa elite “artística”, em quase nenhuma das mesas, pasmem, houve a presença direta de estudantes nas mesas, colocando em duvida até mesmo o propósito do Congresso (estudantil).
Além disso, nos espaços de discussão houve pouco movimento. Os estudantes e demais “ouvintes”, em vez de propor idéias, usaram constantemente dos espaços de fala para fazer propaganda desta ou daquela corrente, direcionando todo o congresso apenas para a eleição da nova diretoria, não compreendendo que a disputa política se faz no convencimento com idéias e na ação. O papel de formação de conhecimento e de opiniões do Congresso foi novamente relegado à segundo, senão terceiro ou quarto plano.
O ato, realizado na tarde do dia 6, sob o titulo "Brasil - Verás que um filho teu não foge à luta - Romper as amarras do desenvolvimento, por mudanças na política econômica!". Primeiro, nem de longe atingiu a participação dos dez mil estudantes esperados; segundo, travando batalha apenas com a esfera do econômico, sem considerar implicações políticas, o ato tornou-se fraco e não atingiu o propósito maior dos estudantes de combater as políticas neoliberais como um todo.
Nossas criticas também se referem à estrutura do Congresso. Alguns espaços foram cancelados por falta de coordenadores de mesa ou por falta de quorum, principalmente os grupos de discussão, esvaziados por serem à noite. A ausência de relatoria nas mesas também é um ponto a se questionar: como saber o que foi de fato discutido e até mesmo esclarecido e acordado se não houve relatoria dos debates? Ainda em relação à estrutura, criticamos o Congresso pelo tardar das festas, que obviamente prejudicou o andamento das atividades matutinas, por vezes com até uma hora de atraso.
Houve, mesmo com os espaços de discussão, pouca convivência de forças diferentes devido à disposição dos alojamentos por força. Vale lembrar também que aos membros da força majoritária (Bloco na Rua - UJS) foram assegurados os melhores alojamentos, mais confortáveis e pertos do campus da UnB. Ainda no tocante às forças, constatamos que só as forças deliberam, e a grande maioria dos estudantes na verdade nem sabe o que se passa e no que vão votar nas plenárias; apenas seguem os “líderes” – movimento estudantil de torcida organizada – fortalecendo assim a situação.
O transporte também não foi dos melhores. As demais forças, opostas à majoritária, não tinham o transporte assegurado pelos organizadores e devido à distância de seus alojamentos do campus não puderam participar das atividades realizadas à noite, por exemplo, as festas e os grupos de discussão.
Em relação às plenárias, ocorrida nos dois últimos dias do Congresso, as criticas são muitas e as mais variadas. Primeiro, devido à acústica do Ginásio, não se ouvia quase nada. Segundo, os dois telões localizados ao lado da mesa central, virados especialmente para a força majoritária, não propiciaram visão alguma do que deveria ser transmitido. Além disso, não tivemos um acesso real à maioria das propostas (apenas invisivelmente nos telões), ou seja, não dava pra saber no quem estava votando. A votação dita secreta foi totalmente escancarada na maioria das urnas, de modo que todos os fiscais poderiam ver os votos. Finalmente criticamos a proibição de sair do auditório durante a plenária de votação da nova diretoria. Durante toda a tarde ninguém poderia sair nem entrar no ginásio, por quê?

O grupo, depois de muito discutir sobre tudo que rolou para e no 50º Congresso, apresenta agora alguns pontos que esperamos que sejam considerados nos próximos conunes.
1. Alojamentos por estado, e não por força política, propiciando o debate no dia-a-dia do congresso e facilitando a articulação de estudantes de uma mesma região;
2. As mesas devem ser compostas por um numero mínimo de integrantes do movimento estudantil, garantindo o direito à fala desses movimentos;
3. Os grupos de discussão devem ser prioridades no congresso, e não as campanhas eleitorais das forças participantes;
4. Os atos, passeatas e afins devem ser bem pensados, pautando movimento estudantil dentro de seu real contexto político, e não referente apenas a particularidades econômicas;
5. Urna eletrônica;
6. Deve-se, ao final do congresso, enviar uma carta da UNE demarcando a posição política dos estudantes deliberada ao MEC, Fazenda e demais instâncias.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Aumento do preço do RU? NÃO!



Dia 30 de agosto houve uma reunião do Conselho de Administração para discutir o Restaurante Universitário, onde foi dito que há uma comissão que está estudando o assunto, formada por professores e pelo coordenador do DCE Martim. Como dito anteriormente, a verba que é destinada ao RU cresce a cada ano, porém a receita da universidade também, e recusamos que este dinheiro seja visto como um gasto, quando na verdade é um investimento educacional.

Nós nos mobilizamos e deixamos claro que vamos defender o direito a uma alimentação com preço acessível como direito de todos os estudantes, assim como defendemos e conseguimos a inclusão de mais 3 estudantes e de um representante do Sindicato dos Funcionários da UnB nessa comissão, o que não nos impede de continuar lutando pela instalação do Conselho paritário do RU, previsto em regimento e com caráter permanete e deliberativo.

É importante a mobilização de todos (as) nós em um momento tão delicado, participando de reuniões, dos conselhos de CAs e dos Conselhos Superiores da Universidade.



quarta-feira, 5 de setembro de 2007

ENUDS


Quinta edição do ENUDS (Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual) acontece este ano no estado de Goiás. O encontro acontecerá entre os dia 11 e 14 de outubro de 2007 na capital goiana, mais especificamente na federal do estado. Com a organização Colcha – A UFG saindo do Armário e co-organização do Klaus – Grupo Universitário pela Promoção da Cidadania LGBTTT, o encontro tem como tema, este ano, Militância e Academia: ressignificando práticas e conceitos para subversão da heteronormatividade. O debate estará divido em três eixos: Gênero, Classe e Raça. Três mesas acontecerão durante o evento tratando desses três eixos desdobrados do tema, além de Grupos de Discussão e Trabalho, oficinas e comunicações. As pré-inscrições já estão abertas no site www.5enuds.kit. net.

Abertas inscrições

Foram abertas, a partir de 10 de agosto, duas modalidades de inscrições para o V ENUDS: apresentação de comunicações e oferecimento de oficinas e mini-cursos. Para envio de propostas as/os interessadas/ os devem consultar a ficha de inscrição no site www.5enuds.kit. net. As propostas, todas, serão apreciadas até o dia 10 de setembro.

Propostas artístico-culturais

A Comissão de Cultura do V ENUDS já está recebendo inscrições para atividades artístico-culturais que contribuam com a discussão e reflexão da temática transversal da diversidade sexual. As pessoas interessadas podem se inscrever a fim de promover intervenções artísticas durante o V ENUDS, em espaços e modalidades diversas. As inscrições podem ser encaminhadas através do site do evento até 22 de setembro.

Confirmado espaço para alojamento

A Faculdade de Educação da UFG confirmou sua parceria com a Comissão Organizadora do V ENUDS para o alojamento dos congressistas. O Conselho Diretor da FE autorizou a utilização de suas instalações nos dias 12, 13 e 14 de outubro (sexta-feira, feriado; sábado; e domingo). Em relação à quinta-feira 11 de outubro, dia letivo e véspera de feriado, a CO também conseguiu liberação das instalações da FE, sendo salas de aula e auditórios. Como contrapartida à decisão do Conselho Diretor da unidade, a CO organizará uma mesa para as/os acadêmicos da Faculdade. Na atividade serão discutidas temáticas relacionadas a "Educação e Sexualidade".

Divulgação

Já está sendo providenciada a distribuição do material de divulgação do V ENUDS. Além dos anunciados cartazes, também seguirão os folderes – que apresentam o evento e anunciam sua programação. As/os interessadas/ os em receber o material devem escrever para secretaria5enuds@ yahoo.com. br citando nome, endereço e contatos.

Aviso aos interessados que o grupo Klaus está lutando por um ônibus para levar uma delagação bafônica dó DF, portanto estejam atentos.

Informações:

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Guto Lima
Klaus - Grupo Universitário Pela Promoção da Cidadania LGBT's
Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Cidadania LGBT's - UnB
Telefones: (61) 8499-7247 ou (61) 3393-6738