quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ato amanhã (quinta, 27/11), às 9h no CACOM!



Galera!

Hoje teve a reunião do Colegiado de Jornalismo para homologar a proposta curricular construída conjuntamente entre professores e alunos. No entanto, ocorreram  mais mudanças que o previsto.  Após cerca de três meses de uma discussão que englobou não apenas créditos e disciplinas, mas o ideal de curso que defendemos para uma formação ética e cidadã dos comunicadores, os professores passaram por cima dos acordos feitos anteriormente com os alunos, e aprovaram uma proposta que nega algumas de nossas principais demandas, e instala um curso cada vez mais técnico e medíocre. Por isso chamamos todos vocês para lutarem conosco pelo direito dos alunos à participação efetiva nas decisões dos departamentos, e por uma nova proposta de jornalismo, que só é possível através de uma mudança na formação acadêmica desses profissionais.  Que universidade você quer? Que jornalismo você espera?  Participe do ato às 9 horasamanhã (quinta-feira) em frente ao CACOM (final da Ala Norte). 


Há braços paritários, comunitários, comunicadores!
CACOM - Centro Acadêmico de Comunicação Social

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Reunião do Reconstruindo o Cotidiano



Somos estudantes insatisfeitos com a realidade desta universidade e acreditamos na organização coletiva como uma forma de atuar pelas mudanças. Construímos um grupo, unindo diferentes idéias sobre a nossa realidade, sobre a universidade, sobre a sociedade e sobre o movimento estudantil, sempre de forma transparente, plural, organizada e sem preconceitos.

É com a nossa articulação e ação coletiva que podemos construir uma universidade diferente, com participação de toda a comunidade acadêmica e integração com a sociedade. Queremos um movimento que dialogue com a comunidade, que atenda às necessidades do conjunto de nossa sociedade. Uma universidade que não proveja tão-somente o acesso, mas, sobretudo, condições de permanência e uma formação ampliada com ensino, pesquisa e extensão!

Reivindicamos um movimento estudantil plural, que articule projetos comuns com os diversos grupos estudantis desta universidade, como PET, ONGS, EMPRESAS JUNIORES, PROJETOS AMBIENTAIS, CENTROS ACADÊMICOS, GRUPOS DE GÊNERO, CULTURA, RAÇA, ETNIA, LGBTTT, COMUNICAÇÃO, entre outros.

A partir dessas idéias é que pautamos nossa intervenção na UnB. Lutamos por uma organização que impulsione a construção de um movimento estudantil combativo, crítico, capaz de reconstruir a universidade e o nosso cotidiano.

Convidamos você também a somar suas idéias neste trabalho, pois este desafio não deve medir esforços! É preciso reconstruir o movimento estudantil da UnB!

São com esses ideais em mente que perguntamos a você:

1) Você acha que a universidade poderia ser diferente?

2) Tem vontade de construir um mundo melhor?

3) Acredita que as pessoas unidas e organizadas tem mais força?

4) Que tal participar do Movimento Estudantil e tornar tudo isso realidade?

 

Sinta-se convidad@ a participar de uma reunião aberta e sem compromisso para discutir essas questões e conhecer o Grupo Reconstruindo o Cotidiano.

Apresente suas idéias, discuta, atue e transforme a realidade que nos rodeia!

 

Quarta-feira (19/11) 12h30 na sala BT-222 do minhocão.

 

3˚ Buzine!

Você já viu a terceira edição do nosso buzine? não?

então baixe agora!

Os posts abaixo são os textos que colocamos no zine. Leia e faça suas sugestões/comentários. 

O resgate da Utopia



O ano de 2008 vai ficar marcado no movimento estudantil da UnB. Esse foi o ano em que os estudantes conseguiram dar início a um grande processo de mudança da nossa realidade. Não falamos simplesmente da queda do reitor ou da vitória da paridade. A partir das nossas mobilizações nós conseguimos recuperar a possibilidade de reconstrução de uma utopia, de uma nova realidade para a UnB e para a educação brasileira.

Tivemos um início de ano intenso. Ocupamos a reitoria, conseguimos a derrubada da gestão corrupta que estava colocada há mais de uma década na reitoria, conquistamos a paridade e o congresso estatuinte, sendo tudo isso no primeiro semestre. No segundo, consolidamos nossa militância ao determinar os rumos da eleição para reitor. Foram mais de 8 mil estudantes que participaram das eleições. Em comparação com os últimos comparecimentos, essa votação representa mais uma mostra de que com a nossa mobilização nós conseguimos impactar diretamente os rumos da nossa realidade.

É... foi um ano de muitas vitórias. Mas o que essas conquistas têm em comum? Todas foram frutos da luta coletiva dos estudantes. Vivíamos uma inércia conservadora muito grande na universidade. Os estudantes se organizavam pontualmente. Esse é o ponto central da mudança de 2008.

Esse foi o ano em que conseguimos sair dessa posição reativa/defensiva e atuamos diretamente dizendo o que queríamos e o que não queríamos. Foi assim que conquistamos as vitórias desse ano! Elas são resultado de mobilizações que abalaram a UnB! Esse é um momento riquíssimo para a universidade.

Esse é o momento em que devemos reforçar nossa militância para que possamos influenciar cada vez mais os rumos da educação brasileira. É com a mobilização coletiva que podemos visar o horizonte da construção de uma nova utopia. Uma outra educação é possível. A luta está longe de acabar. Pelo contrário, agora é que temos que reforçar e chamar cada vez mais pessoas para se organizar e repensar nossa realidade. Se em 2008 conquistamos tudo isso, o próximo ano será de muitas outras vitórias. A começar pelo congresso estatuinte, momento em que poderemos revisar toda a estrutura da UnB; teremos ainda a continuidade da implementação do REUNI, que  é importante mantermos nossa militância vigilante; e, como sempre, a luta pela democracia na universidade continua.

Nesse zine damos mais uma contribuição a esses debates, trazendo a tona algumas discussões importantes, como a assistência estudantil, o sistema de avaliação da educação superior, o acesso à universidade e a extensão universitária.

Assistência Estudantil


O acesso à educação, assim como a sua continuidade, é um direito de tod@s e dever das instituições de ensino públicas. Para que se alcance a excelência acadêmica e a plena formação d@s estudantes uma política de assistência estudantil é imprescindível. A nossa universidade tem que combater a evasão e auxiliar a plenitude da vivência universitária. É nesse sentido que percebemos a centralidade de políticas como a Casa do Estudante, as bolsas de iniciação científica, de extensão e o refeitório universitário.

Verba para assistência estudantil é um investimento para a educação e direito dos estudantes. O RU é uma das políticas de assistência que precisam de atenção. As condições precárias que se encontra o nosso refeitório são decorrência de anos de pouco investimento e negligência. Há um descompasso entre o crescimento da universidade e os baixos investimentos no RU. A alimentação é condição mínima para que um estudante se mantenha estudando e como tal deve ser vista como um investimento na melhora da nossa universidade. O RU deve ser repensado no sentido de procurar formas de melhorar o seu atendimento promovendo mudanças como, venda de créditos em horários alternativos, gratuidade para os estudantes do grupo I e maiores discussões sobre seu funcionamento com a parte mais interessada, a comunidade universitária.

A UnB tem aumentado sua verba nos últimos anos. Com isso, percebemos que há espaço para que a política de assistência estudantil melhore. A Casa do Estudante Universitário (CEU) está há anos sem receber a atenção devida. Nos últimos meses vimos o saldo desse descaso. Para que um morador da CEU possa completar seus estudos é imprescindível uma qualidade de vida decente! Temos que garantir que os novos prédios que serão construídos sejam integrados não só à UnB, mas à Brasília, com acesso a transporte público e gratuito. Além disso, temos que ampliar o atendimento, tanto com mais vagas como com mais bolsas-permanência.

O investimento em assistência estudantil é fundamental para que a nossa educação superior possa ser completa. Os programas de bolsa (permanência, de extensão, iniciação científica) precisam ser reforçados. A bolsa-permanência tem que ser repensada. Hoje ela atua como uma bolsa-trabalho, explorando os estudantes grupo I. Essa bolsa tem que ser aliada à função da universidade e, portanto, deve ser ligada a atividades de pesquisa e extensão, e não de trabalho. Dessa forma a bolsa-permanência contribuiria com o tripé da educação superior. As bolsas de PIC (iniciação científica) e de PIBEX (de extensão) precisam ser ampliadas, para que mais estudantes possam se integrar a essas atividades e, ao mesmo tempo, ter condições materiais mínimas para dar continuidade à sua vivência acadêmica.

            As políticas de assistência, são imprescindíveis para o desenvolvimento dos estudantes e da própria UnB. Por isso, devemos percebê-las como investimento e não como meros gastos. O descaso com a CEU,  a gestão do RU e as poucas bolsas resultam em altos índices de evasão e não cumprimento da função social da nossa universidade. É com a preocupação de formar uma universidade cada vez melhor que viemos aqui, manifestar nossa visão e dialogar com os professores e servidores, buscando uma saída positiva para a assistência estudantil.

sábado, 15 de novembro de 2008

Fórum Social Mundial


No começo do próximo ano teremos mais uma edição do Fórum Social Mundial (FSM) no Brasil. Esse grande evento internacional nasceu da necessidade de uma mobilização mundial pela construção de alternativas para a nossa sociedade. Na UnB temos o comitê Pré-FSM, que promove várias atividades (nos quatro campi) preparatórias para esse encontro e o DCE está elaborando debates com essa finalidade. Veja no quadro abaixo as próximas atividades e PARTICIPE!

Para conhecer mais sobre o FSM, veja seus objetivos e acesse o sítio oficial:

1-Pela construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas, livre de armas, especialmente as nucleares;

2-Pela libertação do mundo do domínio do capital, das multinacionais, da dominação imperialista patriarcal, colonial e neo-colonial e de sistemas desiguais de comércio, com cancelamento da dívida dos países empobrecidos;

3-Pelo acesso universal e sustentável aos bens comuns da humanidade e da natureza, pela preservação de nosso planeta e seus recursos, especialmente da água, das florestas e fontes renováveis de energia;

4-Pela democratização e descolonização do conhecimento, da cultura e da comunicação, pela criação de um sistema compartilhado de conhecimento e saberes, com o desmantelamento dos Direitos de Propriedade Intelectual;

5-Pela dignidade, diversidade, garantia da igualdade de gênero, raça, etnia, geração, orientação sexual e eliminação de todas as formas de discriminação e castas;

6-Pela garantia dos direitos econômicos, sociais, humanos, culturais e ambientais, especialmente os direitos à alimentação (com garantia de segurança e soberania alimentar), saúde, educação, habitação, emprego, trabalho digno e comunicação;

7-Pela construção de uma ordem mundial baseada na soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos, inclusive das minorias e dos migrantes;

8-Pela construção de uma economia democratizada, emancipatória, sustentável e solidária, com comércio ético e justo, centrada em todos os povos;

9-Pela construção e ampliação de estruturas e instituições políticas e econômicas (locais, nacionais e globais) realmente democráticas, com a participação da população nas decisões e controle dos assuntos e recursos públicos.

10-Pela defesa da natureza (Amazônia e outros ecossistemas) como fonte de vida para o Planeta Terra e aos povos originários do mundo (indígenas, afro-descendentes, tribais, ribeirinhos) que exigem seus territórios, línguas, culturas, identidades, justiça ambiental, espiritualidade e bom viver.

Mais informações: www.fsm2009amazonia.org.br e unbnoforum@googlegroups.com

 

Atividades preparatórias pro Fórum Social Mundial

13/11 (18h) - Debate “Educação, gênero e diversidade no FSM”, no anf.11

19/11 (12h) - Debate “FSM e a juventude no Brasil”, Anf.11

20/11 (17h30) - Debate sobre a história do FSM, no ceubinho

20/11 (18h30) - Sarau, no ceubinho

24-28/11 (12h) - Mostra de curtas e debates, no anf.15

4/12 (18h) - Festa pré-FSM, na praça Chico Mendes

Democratização do acesso


“Mas peraí, eu já estou na UnB, porque eu deveria discutir acesso?”

Esta é uma resposta muito comum quando alguém propõe este debate, ela pode vir de maneira clara e consciente ou mesmo de maneira inconsciente, por meio do mais puro desinteresse.

Mas afinal de contas, pra quê discutir o acesso à universidade?

Poderíamos dizer aqui coisas óbvias como: “um dia seu filho vai passar pelo aperto do vestibular”, ou outras expressões que não ajudariam nem um pouco a politizar o debate.

A questão é mais profunda, e envolve mais pessoas do que aquelas ligadas diretamente à universidade e à administração da educação, envolve toda a população e o desenvolvimento técnico, acadêmico e social do país. Este é um debate sem o qual é impossível construir uma sociedade minimamente democrática.

Nos últimos tempos, ações do governo federal que visam a ampliação do acesso ao ensino superior, como o Reuni (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) suscitaram nos movimentos a questão: “Afinal de contas, basta apenas aumentar vagas ou precisamos de outros mecanismos de democratização do acesso?”

Algumas universidades possuem sistemas de reserva de vagas dos mais variados tipos: - reserva de vagas para estudantes negros, para indígenas, bônus de notas no vestibular para os estudantes oriundos de escolas públicas da região, etc.

Porém a discussão e as soluções não devem ocorrer apenas no âmbito local, e vários movimentos sociais historicamente reivindicam que sejam criados programas nacionais de democratização do acesso às universidades públicas, tais como: - reserva de vagas de 50% por curso e por turno para estudantes oriundos de escolas públicas, como prevê projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, - reserva de vagas para estudantes negros com percentual de acordo com o censo local (por exemplo: uma localidade que possua 30% de negros na sua população teria 30% de reserva de vagas para negros), fim do vestibular com a implementação de outras maneiras de acesso, e até mesmo a criação de cursos universitários especiais para integrantes de movimentos sociais e para professores do ensino básico.

Além de concordar com as propostas apresentadas no parágrafo anterior, o autor deste texto também se questiona (e conseqüentemente questiona o leitor): será que democratização do acesso significa apenas permitir que mais pessoas (e de grupos normalmente excluídos) se matriculem na universidade, ou precisamos discutir questões mais espinhosas, como por exemplo: Qual abertura que a universidade oferece ao conjunto da sociedade, em seu conteúdo acadêmico, em usa extensão, ou mesmo em sua vivência sócio-cultural?

O quão fechadas as portas da universidade estão, observando todos os aspectos que esta pergunta pode significar? Porque muitos de nós que aqui estamos hoje tememos tanto e ficamos lutando para que não haja “muita gente se formando, porque vai inflacionar o mercado de trabalho”? O quão egoísta tem sido a atuação de muitos estudantes de uma universidade bancada com dinheiro pertencente à toda a sociedade? 

 

sábado, 8 de novembro de 2008

A desinstitucionalização da família e da escola: pelo fim da família e da escola!



Quando pensamos nas estruturas deficientes que temos hoje pensamos sempre na sua reforma: “A escola está ruim, então como faremos para melhorá-la?” A família passa por constantes mudanças, assim, dependendo da opção religiosa ou ideológica se pensa nessas mudanças como absurdas ou como fundamentais. Porém, já paramos para pensar se essas instituições ‘Família’ e ‘Escola’ precisam mesmo existir? Que tal simplesmente acabarmos com a família? Ou então, que destrocemos logo com as escolas?

Tem gente pensando nisso, em uma primeira impressão podemos pensar em duas vertentes.
Naquela que acredita que essas instituições estão fadadas ao fracasso, pois a sociedade está se tornando tão individualista que os espaços de socialização da cultura devem ser acabados. Cada um vai aprendendo por conta própria, os pais já são distantes mesmo, a escola já não ensina a realidade, então deixemos que o mercado regule as deficiências naturalmente a partir da necessidade de cada um.
A outra vertente tem um pensamento que discorda da existência de tais instituições não porque elas passam por crises, mas porque discordam da conceituação atual dessas instituições “como sendo fundamentais porque garantem a estabilidade social e preparam atores adaptados à sociedade”. Defendem uma maneira de ver os valores e normas a partir das "co-produções sociais" (WAUTIER, 2003 Citando Dubet, 1994).

Será a partir dessa segunda perspectiva que eu vou tentar argumentar.

Uma análise sobre a família que Elisabeth Bilac coloca é que “ocorrem profundas transformações nas dinâmicas e arranjos familiares, podendo se observar muito mais a crise prolongada e incompleta de determinado modelo – hierárquico, patriarcal, com dominação do mundo adulto – do que o enfraquecimento da dinâmica e arranjos familiares. Por outro lado, os novos modelos viriam a família organizada não a partir de normas dadas, mas sim como fruto de negociações e acordos entre seus membros e, nesse sentido, sua duração no tempo dependeria da duração dos acordos”. E ela ainda pergunta ao final: “A destruição do modelo familiar tradicional significa, de fato, a desinstitucionalização da reprodução?” (SPOSITO, 2005 citando BILAC , 1995)

Outra colocação interessante que Sérvulo Figueira faz que no Brasil “o moderno coexiste muitas vezes, de modo angustiante e paradoxal, com o arcaico” (SPOSITO, 2005 citando Figueira, 1986). Por isso, muitas vezes é preciso ficar atento que aquilo que parece uma reforma moderna, é um paliativo para retomar concepções conservadoras da instituição.

Para Dubet, a desinstitucionalização significa crise e mutação de uma modalidade de ação institucional consagrada pela modernidade. Por isso, considera que parte do papel da escola está em mutação, sendo atribuído ao próprio sujeito alguns desses papéis, que “o obriga a se constituir livremente a partir das experiências sociais que lhe são impostas”. Porém, ele não será totalmente livre, uma vez que lhe é imposto ser mestre de seus interesses, seus projetos não poderão ser realizados pela conjuntura. Assim, a “culpa” será sempre do próprio indivíduo.

O que não significa que se deva abandonar a idéia de desinstitucionalização porque o modelo de integração social ainda faz da experiência individual relações de desigualdade e sofrimento, até porque os indivíduos procuram construir a individualidade através das identidades coletivas. Assim, é preciso investigar quais seriam as novas formas, provavelmente já existente de agenciamentos socializadores fora das instituições tradicionais de família e escola. (WAUTIER, 2003 Citando Dubet, 1994).

Para mim, considero que as famílias assim como as escolas têm um papel estabelecido de socializar a tradição acumulada da sociedade, ou seja, de reprodução. Lutar para que essas instituições sejam espaços de transformação, faz parte da luta diária dos que são otimistas, que é o meu caso. Porém, utopicamente temos que pensar uma forma de demolição dessas estruturas e não só de reforma, para assim mudar uma perspectiva que parece já dada.

Digitando a palavra “família” no Google percebe-se rapidamente o quanto essa instituição ainda está ligado à outra: a religião. Família hoje representa o núcleo primeiro da sociedade, onde os valores são passados. Esse papel privado de manter o público conservador tem uma fórmula perfeita, ou seja, difícil de ser modificado. Por isso, pensando no fim dessa estrutura surgem alguns questionamentos: “Como seria se todas as instituições tivessem seu caráter privado e público, juntos e claros?” E imagine propriamente na instituição familiar, onde todos pudessem opinar na educação dos filhos dos outros, e que isso fosse tratado como uma questão da sociedade, porém sem perder os laços de afeto.


Seguindo essa mesma linha de pensamento pode se analisar a escola. Hoje quem executa a mediação da socialização da cultura na escola são ainda os professores e não toda a sociedade. A escola é um paradoxo de realidade e irrealidade. A socialização deveria se dar a partir de questões reais, onde todos os indivíduos fossem sujeitos diretos dessa socialização, a partir da afinidade individual pensando no global real, assim o espaço físico não seria só um, mas vários; por exemplo, focando a questão do trabalho que não é abordada na escola como deveria. Pensando bem, o que educa mais o jovem? É ele se organizar para realizar algo que almeja, ou simular situações se unindo forçadamente com um grupo num assunto aleatório?

São questões de longe a serem fechadas, tampouco distantes de serem concretizadas (pela problematização na atualidade), porém precisam ser discutidas e colocadas como uma outra posição acerca da escola e da família, assuntos esses tão “santificados” pela sociedade.
Mônica Padilha é estudante de Pedagogia e integrante do Coletivo Reconstruindo o Cotidiano.

Referência Bibliográfica:

SPOSITO, Marilia Pontes. Indagações sobre as relações entre juventude e escola no Brasil: institucionalização tradicional e novos significados. JOVENes - Revista de Estudios sobre Juventud, ano 9, núm. 22 (p.p 201-227). México, 2005.
WAUTIER, Anne Marie. Para uma Sociologia da Experiência. Uma leitura contemporânea: François Dubet. Sociologias, Porto Alegre, n. 9, 2003.

E X T E N S Ã O


Bom dia, boa tarde e boa noite!

O tema agora é ir além, romper limites, e por que não [?], pular a cerca! Depois de infinitos anos adquirindo conhecimento por osmose, chegou a hora de chutar o pau da barraca e contrastar tudo que os livros, às vezes de maneira quase fantasmagórica, continuam tentando nos convencer, com a realidade ambulante-nua-e-crua do dia-a-dia e corpo-a-corpo.

Uma das maneiras de fazer tudo isso e um pouco mais é através da tão carismática EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Ela é um dos três pilares que sustentam a educação, juntamente com o Ensino e a Pesquisa.

Em tese, os três deveriam andar juntos, fazendo uma atividade [sexual] cíclica com a seguinte perspectiva: o ensino servindo de base para a pesquisa, a qual explodiria conhecimento útil para o desenvolvimento tanto de projetos de extensão quanto de projetos sociais, governamentais/institucionais ou não.

Infelizmente, essa ménage à trois não anda deixando todo mundo gozar dos frutos da árvore do pecado. A realidade atual mostra as asas gigantescas do penoso Ensino da nossa capenga UNIVERSidade esmagando e anulando tudo que a Pesquisa e a Extensão poderiam oferecer.






Mas não desanimemos, querid@s amiguinh@s! Apesar do pouco caso que geralmente se faz da Extensão, existem sim almas interessantíssimas por aqui, que se empenham, se unem, se deixam envolver pelo fogo do amor humano, e desenvolvem belos [ou não] projetos que extravasam os muros da universidade, entrando em contato com o mundo real.

Acreditem, viver um projeto de extensão é uma experiência supimpa, geralmente pautada na troca de experiência entre quem vive e desenvolve diferentes formas de conhecimento. É ter a possibilidade de reconhecer a existência tanto da sabedoria formal quanto da sabedoria popular, e conviver com ambas.

Ainda, a extensão universitária pode suprir uma necessidade social imediata de ampliar a universidade e a comunidade acadêmica, enquanto ela é ainda tão pouco e má representada, garantindo a fundamental interação entre esta e a sociedade. Além de servir como um dos instrumentos de emancipação de povos e mentes, através dela descentralizamos o “campus” de conhecimento, abrindo espaço para novos horizontes e derrubando barreiras na constante busca pela universalização de fato da universidade.

Informe-se sobre os projetos de extensão já existentes ou construa novas formas de interagir utopia e realidade. Só não deixe seus anos aqui dentro passarem somente com o saber que te obrigam saber. Tire esse traseiro gordo da frente do quadro!

Sayonara Reis é estudante de Direito da UnB e integrante do Coletivo Reconstruindo o Cotidiano.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Moção de apoio à Ocupação da Universidade Federal de Sergipe (UFS)


Nós, do Coletivo Estudantil Reconstruindo o Cotidiano, da Universidade de Brasília, vimos por meio desta expressar nossa solidariedade e apoio à ocupação da Reitoria da UFS, por compartilharmos da luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade e que preza acima de tudo pela referência social e pelo bem estar de toda a comunidade universitária.

         Diante do cenário desastroso em que se encontra a situação da expansão da Universidade Federal de Sergipe e dos processos autoritários e antidemocráticos que têm acontecido na grande maioria das IFES do país, é não só inevitável, como também NECESSÁRIO que mostremos nossa indignação e repúdio à forma como vem sendo tratada a educação pública brasileira.

         É notável que após tantas tentativas frustradas de alerta e negociação com a reitoria sobre a condição d@s estudantes do campus de Laranjeiras, se tornou urgente a luta, por via de ação direta, pela melhoria da qualidade de vida, do ensino, da pesquisa, da extensão, da assistência estudantil e tudo mais que envolve a todos e todas daquele campus.

         Não devemos JAMAIS deixar que a apatia e a inércia sirvam de pontes para o sucateamento e descaso para com as nossas universidades, e é por acreditarmos nisto que parabenizamos a luta dos companheiros e das companheiras da UFS, e declaramos nosso apoio à ocupação que aí se desenvolve.

 

Com crença e amor na luta e pelo povo,

Reconstruindo o Cotidiano


para acompanhar a ocupação da UFS, acesse: ocupacaoufs.blogspot.com

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

3˚ Mostra Cultural de Planaltina


Nesse sábado vai rolar a 3˚ Mostra Cultural de Planaltina! É uma atividade mto boa feita no estacionamento do campus da UnB de planaltina. Vai rolar música, poesia, dança, diversão e mto mais!!! 
Apareça e chame a galera pra ir tbm!!!